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Riding “Superbom,” the pioneer took the gospel to Bahia outback.

Photo courtesy of Brazilian White Center - UNASP. 

Pita, Plácido da Rocha (1911–1982)

By The Brazilian White Center – UNASP

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The Brazilian White Center – UNASP is a team of teachers and students at the Brazilian Ellen G. White Research Center – UNASP at the Brazilian Adventist University, Campus Engenheiro, Coelho, SP. The team was supervised by Drs. Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel, and Carlos Flávio Teixeira. Bruno Sales Gomes Ferreira provided technical support. The following names are of team members: Adriane Ferrari Silva, Álan Gracioto Alexandre, Allen Jair Urcia Santa Cruz, Camila Chede Amaral Lucena, Camilla Rodrigues Seixas, Daniel Fernandes Teodoro, Danillo Alfredo Rios Junior, Danilo Fauster de Souza, Débora Arana Mayer, Elvis Eli Martins Filho, Felipe Cardoso do Nascimento, Fernanda Nascimento Oliveira, Gabriel Pilon Galvani, Giovana de Castro Vaz, Guilherme Cardoso Ricardo Martins, Gustavo Costa Vieira Novaes, Ingrid Sthéfane Santos Andrade, Isabela Pimenta Gravina, Ivo Ribeiro de Carvalho, Jhoseyr Davison Voos dos Santos, João Lucas Moraes Pereira, Kalline Meira Rocha Santos, Larissa Menegazzo Nunes, Letícia Miola Figueiredo, Luan Alves Cota Mól, Lucas Almeida dos Santos, Lucas Arteaga Aquino, Lucas Dias de Melo, Matheus Brabo Peres, Mayla Magaieski Graepp, Milena Guimarães Silva, Natália Padilha Corrêa, Rafaela Lima Gouvêa, Rogel Maio Nogueira Tavares Filho, Ryan Matheus do Ouro Medeiros, Samara Souza Santos, Sergio Henrique Micael Santos, Suelen Alves de Almeida, Talita Paim Veloso de Castro, Thais Cristina Benedetti, Thaís Caroline de Almeida Lima, Vanessa Stehling Belgd, Victor Alves Pereira, Vinicios Fernandes Alencar, Vinícius Pereira Nascimento, Vitória Regina Boita da Silva, William Edward Timm, Julio Cesar Ribeiro, Ellen Deó Bortolotte, Maria Júlia dos Santos Galvani, Giovana Souto Pereira, Victor Hugo Vaz Storch, and Dinely Luana Pereira.

 

 

First Published: July 13, 2021

Plácido da Rocha Pita, pastor, colportor e evangelista, nasceu em 22 de março de 1911, na zona rural de Aguapé, próxima à cidade de Batalha (cerca de 190 km de Maceió), estado de Alagoas, Brasil. Ele foi o primeiro dos sete filhos de José Pedro da Rocha Pita, vaqueiro de humildes condições, e Adelina Carvalhal Reis, moça de classe média, natural de Penedo, Alagoas. 1

Plácido foi alfabetizado em sua cidade natal e posteriormente continuou os estudos em Penedo, para onde a família se mudou. 2 Aos 16 anos, em 1927, saiu de casa em busca de melhores condições de vida e foi para Aracaju, no estado de Sergipe, onde começou a trabalhar como auxiliar de um estábulo, além de vender leite. 3 Uma de suas clientes diárias era Dona Francisca, uma senhora que estava aprendendo mais sobre a Igreja Adventista do Sétimo Dia. A seu convite, Pita recebeu instruções bíblicas do Pastor João Meier, que foi seu primeiro contato com essa religião. Além disso, ela o incentivou a fazer parte da Polícia de Sergipe. 4

Como policial, ele participou de expedições de caça para prender Virgulino Ferreira da Silva. O rei do cangaço, como também é conhecido, é considerado o maior líder do movimento político e social denominado “Cangaço”, que aconteceu no Nordeste brasileiro de 1918 a 1938, em nome da vingança contra a falta de empregos, alimentação e direitos sociais. As expedições de caça aconteceram entre 1928 e 1932. 5

Alguns dos acontecimentos presenciados por Pita abalaram sua espiritualidade e o impulsionaram a buscar uma vida mais pacífica, alinhada com a fé cristã que aprendera na infância com a família, que era católica. Como primeiro passo, ingressou no corpo de bombeiros em 1935 e passou a frequentar a Primeira Igreja Batista de Aracaju, após assistir ao sermão de um ex-padre paulista. No entanto, ele logo ficou desanimado com essa igreja, considerando que não se sentia aceito pelos membros. 6

Em 1936, Plácido conheceu Cecília Meneses Just, que na época tinha 20 anos. Quando noivos, Cecília lhe disse que estava estudando a Bíblia e tinha interesse em se tornar Adventista do Sétimo Dia. Depois de lhe explicar sobre o sábado e outros pontos distintivos do Adventismo, Plácido passou a participar dos cultos adventistas locais ao lado da noiva. A igreja tinha aproximadamente 30 membros e era dirigida por um ancião, pois não tinham pastor. No entanto, seu emprego exigia que ele trabalhasse aos sábados, e por isso Pita não podia ir à igreja nesse dia. A partir de então, ele iniciou um processo gradual de mudança de hábitos, como abandonar as bebidas alcoólicas e devolver o dízimo. Plácido e Cecília se casaram em 6 de fevereiro de 1937 e tiveram nove filhos, dos quais três se tornaram obreiros da igreja. 7

Antes mesmo de ser batizado, Pita e sua esposa iniciaram um trabalho evangelístico que resultou no batismo de 12 pessoas.8 O próprio Pita foi batizado em 13 de abril de 1940, às margens do rio Cotinguiba, no estado de Sergipe, pelo Pastor Daniel Feder. A essa altura ele já havia pedido demissão do corpo de bombeiros para guardar o sábado e resolveu entrar em contato com o diretor de colportagem da União Este Brasileira, o que resultou em seu ingresso na carreira da colportagem. 9

Seu primeiro local de trabalho foi na cidade de Propriá, no estado de Sergipe, para onde levou a família, que anteriormente estava em Aracaju. Saturnino Mendes de Oliveira lhe ensinou métodos de venda e o ajudou por um tempo até voltar para Salvador, na Bahia. Apesar do fracasso na conversão de pessoas em Propriá, ele remediou uma epidemia de tungíase nas cidades na região de foz do rio São Francisco. Para isso, teve muito valor a leitura da revista de saúde Vida e Saúde, a qual instruía que essa doença podia ser curada mergulhando os pés do doente em querosene. 10

Em 1941 Pita retornou para Aracaju onde, em meados de 1942, 18 pessoas de cinco diferentes cidades sergipanas, além da capital, aceitaram o Adventismo. Durante o tempo da guerra, eles enfrentaram muitas dificuldades, mas também foram revigorados pelos sinais da providência de Deus. 11 Em 1946, Pita mudou-se com a família para Juazeiro, estado da Bahia. Seu trabalho evangelístico foi frutífero, e a conversão de uma “profetisa” pentecostal chamada Ana Gonçalves levou 22 pessoas de sua igreja a aceitar a fé adventista. A comunidade adventista local, que se reunia em um salão alugado, agora tinha aproximadamente 45 membros. 12 Mais tarde, Pita foi responsável pela construção da igreja local.13 Além disso, seu trabalho com a colportagem foi frutífero em cidades vizinhas como Casa Nova, Santa Sé e Remanso. Ao sair de Juazeiro, Pita deixou ali uma congregação de 45 membros aos cuidados de Enoque da Rocha Medrado, ex-aluno do Colégio Adventista Brasileiro (hoje UNASP-SP). 14

Em 1945 foi organizada a Missão Rio São Francisco, sob a administração da União Este Brasileira. Em 1948, Plácido foi nomeado para abrir um distrito pastoral na região de Barreiras, estado da Bahia, onde já havia alguns grupos dispersos de adventistas. O distrito era extenso e compreendia um total de 16 cidades.15 Em 1950, ele organizou uma igreja em Boa Fé, perto do rio Grande, que chegou a ter quase 100 membros batizados. É interessante notar que o Adventismo foi a primeira igreja protestante a entrar nessa região. 16 Pita serviu como pastor do distrito de Barreiras por oito anos, durante os quais foi ordenado ao ministério em 1951. 17

Outro lugar onde a mensagem adventista prosperou muito foi a cidade de Inhaúmas, onde foi construída uma igreja com cerca de 120 membros em 1954. Os recursos iniciais para a construção eram inferiores a 10.000 cruzeiros, os quais haviam sido acumulados com a ajuda do departamento de assistência social da igreja de Niterói, da União e da Missão. Nessa época, para infortúnio do grupo, os moradores foram atacados pelo bicho barbeiro. Assim, Plácido viajou para Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais e, com a ajuda dos moradores locais, trouxe muitos medicamentos, vitaminas e tônicos para Inhaúmas. Esse trabalho de caridade acabou desfazendo completamente o preconceito que os moradores locais tinham contra os adventistas. Muitos foram convertidos como resultado dessa restauração, mesmo anos depois. 18

Em 1955, a Missão Rio São Francisco passava por uma grande crise. Um dos motivos era que a Missão era a única no Brasil que não possuía uma capital estadual em seu perímetro. Desse modo, Pita pensou em pedir à União a transferência da sede da Missão para Belo Horizonte. O processo dependia do aval de Emanoel Zorub, presidente da Associação Rio-Minas, já que parte de seu território seria transferido, de acordo com essa proposta. Emanoel aceitou a ideia com a condição de que a Missão Rio São Francisco passasse a se chamar Missão Mineira. Assim, a parte do São Francisco que pertencia ao estado da Bahia voltou para a Missão Bahia-Sergipe. Após essa mudança, Plácido voltou de Barreiras para Juazeiro e, portanto, passou a trabalhar para a Missão Bahia-Sergipe.19 O pastor Antônio Pereira o substituiu no distrito de Barreiras. 20

Pita continuou atuando no ministério pastoral até 1972; durante esse período, ele foi pastor distrital nas cidades de Floresta Azul, Vitória da Conquista, Santa Inês, Milagres e por último Feira de Santana. Mesmo após a aposentadoria, continuou a realizar semanas de oração e reavivamento, casamentos, batismos e cerimônias de comunhão em diferentes partes do país. 21

O Pastor Pita faleceu em 23 de julho de 1982, aos 71 anos, vítima de um derrame ocorrido oito dias antes. Na época, Pita estava em Salvador para iniciar uma semana de oração na igreja de Brotas de Macaúbas. 22 Seu funeral e sepultamento ocorreram em Aracaju, no estado de Sergipe. 23 Três anos depois, a Casa Publicadora Brasileira lançou a autobiografia do Pastor Pita (inacabada na época de sua morte) com o título Por Que Mudei de Exército: A História de um Pioneiro do Agreste.24

A contribuição de Plácido Pita para a Igreja Adventista foi imensurável, em vista de seu trabalho pioneiro na região rural da Bahia. No total, 3.200 pessoas foram convertidas e oito igrejas foram fundadas ao longo de 35 anos de ministério. 25 Pita foi homenageado postumamente pela Associação Bahia em 1987, quando o Colégio Adventista da cidade de Ribeira do Pombal recebeu o nome do Pastor Plácido Pita. 26

Referências

“Associação Bahia Investe na Família.” Revista Adventista, ano 84, n. 1, janeiro, 1988.

“Ele Brilhará na Eternidade.” Revista Adventista, ano 77, n. 9, setembro, 1982.

Morais, Cipriano. “Princesa do S. Francisco.” Revista Adventista, ano 58, n. 2, fevereiro, 1963.

Pita, Plácido da Rocha. Por Que Mudei de Exército. 1ª edição. Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985.

Pita, Plácido da Rocha. Por Que Mudei de Exército. 2ª edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2018.

Seratto, Adriana. “Pioneiro do Sertão.” Revista Adventista, ano 113, n. 1337, setembro de 2018.

Seventh-day Adventist Yearbook [Anuário da IASD]. Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1950-1952.

Notas de Fim

  1. Plácido da Rocha Pita, Por Que Mudei de Exército (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985), 8-11.; “Ele Brilhará na Eternidade,” Revista Adventista, ano 77, n. 9, setembro, 1982, 31.
  2. Pita, 12.
  3. Ibid., 13.
  4. Ibid., 14, 15.
  5. Ibid., 14, 17.
  6. Ibid., 18.
  7. Ibid., 20-22.
  8. Ibid., 26.
  9. Ibid., 32, 33.
  10. Ibid.
  11. Ibid., 41.
  12. Ibid., 47-52; “Ele Brilhará na Eternidade,” 31.
  13. Morais, Cipriano, “Princesa do S. Francisco,” Revista Adventista, ano 58, n. 2, fevereiro, 1963, 26.
  14. Pita, 56; “Ele Brilhará na Eternidade,” Revista Adventista, ano 77, n. 9, setembro, 1982, 31.
  15. Pita, 57-59; “Rio São Francisco Mission [Missão Rio São Francisco],” Seventh-day Adventist Yearbook (1951), 164; “Rio São Francisco Mission [Missão Rio São Francisco],” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1952), 164.
  16. Pita, 65-71.
  17. Ibid., 52-59, 110; “Rio São Francisco Mission [Missão Rio São Francisco],” Seventh-day Adventist Yearbook (1951), 164; “Rio São Francisco Mission [Missão Rio São Francisco],” Seventh-day Adventist Yearbook (1952), 164.
  18. Pita, 91-96.
  19. Ibid., 123, 124.
  20. Ibid., 84.
  21. Ibid., 161.
  22. Pita, 162; “Ele Brilhará na Eternidade,” 31.
  23. Pita, 162.
  24. Pita, 4, 161; Adriana Seratto, “Pioneiro do Sertão,” Revista Adventista, ano 113, n. 1337, setembro, 2018, 50.
  25. “Ele Brilhará na Eternidade,” 31.
  26. “Associação Bahia Investe na Família,” Revista Adventista, ano 84, n. 1, janeiro, 1988, 34.
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UNASP, The Brazilian White Center –. "Pita, Plácido da Rocha (1911–1982)." Encyclopedia of Seventh-day Adventists. July 13, 2021. Accessed January 23, 2025. https://encyclopedia.adventist.org/article?id=3GMY.

UNASP, The Brazilian White Center –. "Pita, Plácido da Rocha (1911–1982)." Encyclopedia of Seventh-day Adventists. July 13, 2021. Date of access January 23, 2025, https://encyclopedia.adventist.org/article?id=3GMY.

UNASP, The Brazilian White Center – (2021, July 13). Pita, Plácido da Rocha (1911–1982). Encyclopedia of Seventh-day Adventists. Retrieved January 23, 2025, https://encyclopedia.adventist.org/article?id=3GMY.