Nigri, Moysés Salim (1914–2010)
By The Brazilian White Center – UNASP
The Brazilian White Center – UNASP is a team of teachers and students at the Brazilian Ellen G. White Research Center – UNASP at the Brazilian Adventist University, Campus Engenheiro, Coelho, SP. The team was supervised by Drs. Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel, and Carlos Flávio Teixeira. Bruno Sales Gomes Ferreira provided technical support. The following names are of team members: Adriane Ferrari Silva, Álan Gracioto Alexandre, Allen Jair Urcia Santa Cruz, Camila Chede Amaral Lucena, Camilla Rodrigues Seixas, Daniel Fernandes Teodoro, Danillo Alfredo Rios Junior, Danilo Fauster de Souza, Débora Arana Mayer, Elvis Eli Martins Filho, Felipe Cardoso do Nascimento, Fernanda Nascimento Oliveira, Gabriel Pilon Galvani, Giovana de Castro Vaz, Guilherme Cardoso Ricardo Martins, Gustavo Costa Vieira Novaes, Ingrid Sthéfane Santos Andrade, Isabela Pimenta Gravina, Ivo Ribeiro de Carvalho, Jhoseyr Davison Voos dos Santos, João Lucas Moraes Pereira, Kalline Meira Rocha Santos, Larissa Menegazzo Nunes, Letícia Miola Figueiredo, Luan Alves Cota Mól, Lucas Almeida dos Santos, Lucas Arteaga Aquino, Lucas Dias de Melo, Matheus Brabo Peres, Mayla Magaieski Graepp, Milena Guimarães Silva, Natália Padilha Corrêa, Rafaela Lima Gouvêa, Rogel Maio Nogueira Tavares Filho, Ryan Matheus do Ouro Medeiros, Samara Souza Santos, Sergio Henrique Micael Santos, Suelen Alves de Almeida, Talita Paim Veloso de Castro, Thais Cristina Benedetti, Thaís Caroline de Almeida Lima, Vanessa Stehling Belgd, Victor Alves Pereira, Vinicios Fernandes Alencar, Vinícius Pereira Nascimento, Vitória Regina Boita da Silva, William Edward Timm, Julio Cesar Ribeiro, Ellen Deó Bortolotte, Maria Júlia dos Santos Galvani, Giovana Souto Pereira, Victor Hugo Vaz Storch, and Dinely Luana Pereira.
First Published: July 6, 2021
Moysés Salim Nigri serviu como pastor, administrador e o primeiro latino-americano a ser vice-presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.1
Primeiros Anos
Moysés Salim Nigri nasceu em 8 de agosto de 1914, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.2 Filho de Selim Mouscha Nigri3 e Erina Vieira Nigri, que também tiveram uma filha chamada Malaquê.4 Embora tenha nascido no dia 8,5 um sábado, seus pais o registraram apenas dois dias depois, visto que seu pai era judeu e não iria ao cartório no dia santo. Como o estabelecimento não abria aos domingos, foi possível registrá-lo apenas na segunda-feira, dia 10 de agosto.6
Nascido na cidade de Sídon, Líbano, ao Sul de Beirute, o pai de Moysés se mudou para o Brasil em 1911.7 Ele fez parte de uma grande onda de imigração que ocorreu no fim do século XIX e início do século XX. Um censo realizado no Brasil em 1872 descobriu que africanos, portugueses e alemães formavam a maior parte da população estrangeira no país. Além disso, os italianos somavam cerca de 6.000 pessoas. Entretanto, a onda de imigração trouxe 32.000 imigrantes para o Brasil em 1887. Com a sanção da Lei Áurea em 1888, o número aumentou para 92. 000.8
A urbanização crescente no país requeria mão de obra livre para realizar atividades fora do alcance dos escravos.9 Foi nesse contexto que muitos judeus do Oriente Médio emigraram para o Brasil, estabelecendo-se especialmente no Rio de Janeiro, que na época era o centro administrativo e político do País. Na cidade, em busca de uma vida mais próspera, muitos sírios e libaneses ingressaram no campo do varejo e abriram seus próprios negócios.10
O pai de Moysés fez parte desse grupo que buscava novas oportunidades.11 Selim tinha visão empresarial e, assim que chegou ao Brasil, abriu uma pequena loja de gravatas. Devido à demanda, não demorou muito para que percebesse que tinha de aumentar a produção. Então colocou um anúncio no jornal à procura de uma costureira. Erina Vieira se ofereceu para o cargo.12
Nascida no Rio e católica, Erina era de ascendência portuguesa e havia estudado em um colégio de freiras francês no Rio de Janeiro. Ela falava francês fluente, o que ajudou em sua comunicação com Selim, visto que ele apenas falava árabe, hebraico e francês. Como os dois trabalhavam sozinhos, se apaixonaram e se casaram em 16 de abril de 1913. Em 1914, um ano depois, nasceu Moysés e, em 1916, Malaquê.13 A família Nigri morava junto a parentes libaneses em uma casa na Rua Alfândega, Rio de Janeiro. O primeiro piso, que fora anteriormente a loja de gravatas, se tornou a Fábrica Nigri, Primos e Cia., comércio estabelecido pelo pai e outros familiares.14
As diferenças culturais entre o cristianismo e o judaísmo causava conflitos frequentes na família Nigri. Em 1922, devido à morte de seu avô, a história da família mudou de curso. De acordo com a tradição judaica, Selim tinha que ir ao Oriente Médio para cuidar dos detalhes da herança. A princípio, a viagem deveria durar três meses, mas acabou se tornando três anos, e, quando retornou, trouxe notícias chocantes. Como o primogênito, Selim se tornara responsável por cuidar de sua mãe e irmã. Além disso, ao chegar no Líbano, Selim ficou sabendo de um acordo matrimonial que havia sido feito pelo seu pai, o qual requeria que o filho se casasse com uma jovem mulher previamente escolhida para se tornar sua esposa. Mesmo sabendo que Erina era católica devota, e que nunca aceitaria a bigamia, ele aceitou se casar com a garota.15
Durante o período em que esteve no Líbano, o pai de Moysés apenas se comunicou com sua mãe por meio de três cartas, uma a cada ano. Isso não era incomum, pois era um homem de poucas palavras. Entretanto, apesar de seus parentes judeus no Brasil saberem sobre o casamento, Erina apenas ficou sabendo quando Selim retornou, o que ocasionou o divórcio do casal em 6 de setembro de 1924. Embora Selim afirmasse que conseguia sustentar as duas famílias, Erina decidiu terminar o relacionamento. Ainda assim, ele assegurou que não lhes faltaria uma única coisa, e que providenciaria educação e roupas a Moysés e Malaquê até que se casassem.16 Após isso, embora Erina tenha conhecido muitos pretendentes, não se casou uma segunda vez e nunca mais viu Selim, que estabeleceu uma nova família e teve mais oito filhos.17
A Conversão da Família
Em 1925,18 com medo de gastar todo o dinheiro que havia recebido do acordo de divórcio, decidiu se mudar para a cidade de Nilópolis, Rio de Janeiro – lugar distante do centro da cidade, onde o custo de vida seria menor e o aluguel era compatível à sua situação financeira. Após ver uma propriedade na região, Erina decidiu que a compraria e construiria sua própria casa no local, o que aconteceu pouco depois.19 Próximo à nova casa, havia uma torneira pública para fornecimento de água. Certo dia, quando Moysés e sua mãe foram até o local, viram um homem falando sobre Jesus. Sendo católica, Erina sabia que Deus a amava, mas o divórcio e as dificuldades pelas quais estava passando a levaram a perguntar ao homem, “Se Deus é amor, por que Ele permite o sofrimento humano?” Joviniano de Oliveira era um colportor evangelista adventista. Ao ouvir a pergunta, ele ficou surpreso, pois poucas pessoas prestavam atenção ao que ele dizia, e também porque não tinha uma resposta convincente na época.20
Mas, percebendo que Erina precisava de uma resposta, pediu seu endereço para que pudesse visitá-la depois e discutir o assunto. Como ela era divorciada, ficou receosa e não considerou apropriado receber um homem estranho em casa. Então, ela só apontou na direção da casa onde morava e disse que era seguindo por ali. Uma semana depois, Joviniano bateu na porta da casa de Moysés e lhe ofereceu uma revista. Apesar de ficar com ela, Erina pediu que ele não voltasse mais. Entretanto, o colportor finalmente voltou trazendo outra revista. Como ela havia se interessado pelo que havia lido na revista anterior, convidou-o para entrar.21
A revista falava sobre assuntos tais como o sábado e a proibição de se comer animais impuros, e continha algumas lições sobre o santuário de Deus. Isso lhe chamou a atenção, pois viu semelhanças entre o judaísmo e a nova religião que a revista apresentava.22 Depois de conversar um pouco mais com o colportor evangelista, ficou sabendo que a responsável pela publicação era a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Erina começou a se sentir mais confortável em partilhar os tempos difíceis pelos quais estavam passando e, por isso, Joviniano passou a visitá-los com frequência, sempre levando livros e revistas.23
Com o passar do tempo, Erina tornava-se cada vez mais convicta da veracidade da fé adventista e começou a ler a Bíblia diariamente, juntamente com um livro de estudos bíblicos. Como resultado, ela começou a conectar o que estava aprendendo com o que já sabia do catolicismo e judaísmo, decidindo guardar o sábado, apesar de nunca ter ido à Igreja Adventista.24
Em 1926, Moysés e sua família voltaram para o Rio de Janeiro, mas Joviniano continuou a visitá-los. Embora os visitasse por vários anos, o colportor evangelista apenas os convidou para ir a uma igreja adventista em 1932. Moysés nunca descobriu o porquê de ter demorado tanto, mas desde a primeira visita, sentiram-se muito bem recebidos. Logo na entrada, conheceram Isaura Peixoto, obreira bíblica que prontamente se ofereceu a estudar a Bíblia com eles e responder às dúvidas da família. Ele e sua mãe aprenderam mais sobre outros temas bíblicos, tais como o estado do homem na morte. Além disso, a hospitalidade da igreja os motivou a frequentá-la não apenas aos sábados, mas aos domingos e quartas.25 Em 6 de agosto de 1932, a família foi batizada. A Cerimônia foi conduzida pelo Pastor Eli M. Davis, presidente da Missão Rio-Minas Gerais, na igreja adventista do Méier, Rio de Janeiro.26
Entre 1928 e 1931,27 Moysés estudou em um colégio interno chamado Colégio Batista Brasileiro. Em seguida, estudou em uma escola comercial,28 graduando-se em 1933 com diploma em administração.29 A princípio, Moysés pensava que, no futuro, cuidaria dos negócios de seu pai. Mas o tempo passou e Selim Mouscha Nigri não deu indicações de que trabalharia com o filho. Por isso, o jovem começou a pensar em outra opção de emprego30 e, pela mesma época, Eli M. Davis lhe disse que a Missão Rio-Minas Gerais precisava de um auxiliar de escritório.31 Após considerar a oferta, Nigri decidiu aceitá-la e, em 1934,32 começou a trabalhar na missão.33
Estudando no Colégio Adventista Brasileiro e Noivado
A despeito da constante insistência do Pastor Rodolpho Belz para que ele estudasse em um colégio adventista,34 o interesse de Moysés foi despertado apenas com o programa musical que a Associação de Decanos do Colégio Adventista (ADCA) apresentou na igreja Central do Rio em 1933. O grupo era composto por um time de professores e estudantes do Colégio Adventista Brasileiro (CAB, hoje UNASP-SP), dentre eles Domingos Peixoto, E. Dorner, Luiz Waldvogel e Isolina Waldvogel. Eles tocavam flauta, recitavam versos e apresentavam fotos do colégio, convidando os jovens para estudarem em escolas adventistas.35
Embora sua irmã Malaquê já estivesse estudando no colégio, Moysés sabia que a condição financeira da família não lhe era favorável. Mas, em setembro de 1934, o Pastor Davis convidou-o a viajar com ele para São Paulo a fim de assistir à graduação de sua filha Enola.36 Sem pensar duas vezes, pegou todas as suas reservas e foi para o CAB. A cerimônia de graduação, o ambiente e, em especial, um discurso feito por um aluno chamado Siegfried Julius Schwantes despertaram seu interesse.37 A experiência o impressionou tanto que ele disse a si mesmo e a Deus, “Se fosse possível, gostaria de estudar no CAB e se tornar um ministro da Palavra de Deus, em vez de ficar sentado atrás de um balcão, embrulhando livros e digitando o dia inteiro”.38
Depois de voltar ao Rio de Janeiro e retomar sua rotina diária, o Pastor Davis perguntou a Moysés se ele gostaria de estudar no CAB. Surpreso com a pergunta, Moysés não hesitou e respondeu positivamente, mas também disse que isso seria financeiramente impossível, dado que ele ganhava apenas 200 réis por mês, e tinha que ajudar sua mãe com as despesas da casa.39 Então, depois de alguns dias, Davis comentou o assunto novamente, trazendo a noticia de que a Missão havia votado um plano por meio do qual pagaria seus estudos no colégio por um ano. Ele apenas teria que arcar com a viagem e despesas com livros. Moysés aceitou a oferta e partiu para o CAB40 no início de 1935.41
Ao chegar no local, deixou suas coisas no quarto e saiu para fazer a matrícula. Como era contador com certa experiência, apresentou seu currículo, tendo em mente terminar o programa de Teologia em apenas dois anos.42 Na época, o diretor do colégio era Ellis R. Maas, quem logo se opôs à ideia. Depois de uma conversa curta, entretanto, concedeu o pedido de Moysés.43 Posteriormente, após assistir à cerimônia de graduação daquele ano, ouvir o discurso de agradecimento, e participar da festa de despedida, Moysés mudou de ideia e decidiu ficar no colégio por três anos.44
Os primeiros meses foram muito difíceis para ele, pois sentia bastante falta da família e do lar no Rio de Janeiro. Por diversas vezes, pensou em deixar o colégio e voltar para casa.45 Além disso, os livros eram caros, as aulas eram longas, e trabalhar no jardim era muito difícil. À medida que o tempo passou, Moysés começou a se ajustar à rotina diária do internato e, ao final de 1935, já estava acostumado com ela.46
Ao final do primeiro ano escolar, Moysés decidiu vender livros no Rio de Janeiro. Embora fosse filho de um comerciante, não herdou o talento empresarial do pai, o que fez da colportagem um grande desafio. Durante aquelas férias, José Augusto Vallaso viu as dificuldades do amigo e ofereceu a Moysés sua área de trabalho, que era mais promissora. Graças a ele, Nigri conseguiu ganhar a quantia necessária para pagar o estipêndio do colégio em 1936.47 No mesmo ano, Moysés tornou-se editor-chefe48 da revista O Colegial, diretor do grupo Doze Apóstolos e do grupo dos Missionários Voluntários.49 O periódico O Colegial tinha como alvo divulgar os benefícios da educação adventista à comunidade cristã,50 e também relatar os eventos do CAB.51 Foi ainda em 1936 que ele conheceu sua futura esposa, Maria Alida Miss Baar.52
Os internatos adventistas, embora encorajassem estudantes de Teologia a se casarem antes de entrar no ministério,53 tinham regras rígidas sobre o contato entre meninos e meninas.54 Além de estabelecerem os dormitórios masculino e feminino a grande distância um do outro, proibindo o sexo oposto de entrar no outro dormitório, as escolas tinham muitas outras regras. É proibido qualquer tipo de contato físico, seja dar as mãos, abraçarem-se ou beijarem-se. Durante as reuniões religiosas ou culturais, meninos e meninas se sentavam em alas diferentes, separados pela ala central, reservada apenas para professores, funcionários e seus familiares. Muitas vezes, o refeitório e a sala de aula eram os únicos locais onde pessoas do sexo oposto podiam conversar. Entretanto, mesmo dentro do refeitório havia regras de onde os estudantes podiam se sentar, dependendo do sexo.55
Com todos esses regulamentos, Moysés enfrentou dificuldades para conhecer Alida, quem, além de ser bibliotecária, era professora de História Mundial e preceptora das meninas. Quando voltou ao colégio depois da colportagem, se viu designado para sentar, no refeitório, à mesa de Alida,56 e eles começaram a se interessar um pelo outro. Discretamente, olhavam-se um ao outro e trocavam algumas palavras sem ninguém na mesa perceber o relacionamento que ambos almejavam. Seis semanas depois, um rodízio dos lugares na mesa fez com que Moysés ficasse em outro grupo. Entretanto, eles não queriam se afastar, e ao mesmo tempo ele tinha que sustentar a reputação impecável da Srta. Baar como preceptora.57
Certa manhã, sem ninguém saber, eles se encontraram na escada do prédio central para conversar sobre seus sentimentos. Depois desse encontro, começaram a se comunicar por meio de bilhetes, os quais Moysés escondia dentro dos livros emprestados da biblioteca. Mas, à medida que o interesse um pelo outro cresceu, o segredo ficou impossível de se esconder. Por fim, todos começaram a comentar sobre o relacionamento.58
Maria Alida Miss Baar havia nascido em Riga, Letônia, e se graduado no Colégio Missionário de Friedensau na Alemanha. Por isso, tinha uma base acadêmica, era funcionária da igreja, missionária59 e falava muitas línguas. Ao se mudar para o Brasil, ficou bastante conhecida dentro da Igreja Adventista. Perplexo, Moysés viu-se diante de muitas críticas, a maioria delas por causa de sua posição social. Além de Alida ser dez anos mais velha que ele, Moysés era um jovem rapaz carioca, estudante de Teologia que falava apenas português, e era praticamente desconhecido na igreja.60 Após ficar sabendo da situação, a mãe de Moysés também não aprovou o relacionamento, então o casal pensou em terminar. Apesar das muitas objeções, algumas pessoas apoiavam o relacionamento. Por exemplo, o Pastor João Meier promoveu Moysés a auxiliar de preceptoria, e estava sempre incentivando o casal a continuar o namoro.61
Durante as férias de 1936, Moysés foi colportar novamente. Preocupado com suas perspectivas, se deu conta das dificuldades que teria de enfrentar, embora houvesse tido êxito nas férias passadas. De qualquer forma, sabia que a colportagem era como uma “escola de pancadas” que moldariam seu caráter para superar dificuldades e lhe preparar para a vida como pastor. Além de colportar, também deu início a um tipo de estágio na Associação Paulista. A convite do Pastor Rodolpho W. Belz, ele pregaria e faria visitas ao lado dos pastores distritais da região por duas semanas.62
Ansioso por se encontrar com Alida novamente, Moysés expressou seus sentimentos por meio de alguns sonetos.63 Após retornar para o colégio, eles logo se tornaram noivos. Embora Sophie, mãe de Alida, não aprovasse completamente o relacionamento, posteriormente pôde aceitá-lo depois de uma longa conversa. Durante a simples cerimônia de noivado, em qual apenas Moysés, Alida e Sophia estavam presentes, estavam felizes com a decisão, apesar das muitas dificuldades que enfrentariam.64 Ao final de 1936, Moysés se graduou em Teologia no CAB e representou sua classe como orador na formatura.65
Casamento e Ministério
Em 21 de fevereiro de 1938, Moysés Salim Nigri e Alida Miss Baar se casaram. O Pastor Meier, quem sempre os apoiara, realizou a cerimônia.66 Tanto a cerimônia quanto a festa foram realizadas no campus do CAB.67 Juntos, Moysés e Maria Alida tiveram quatro filhos: Rejane Erina, Elmano Moysés, Cássia Alida e Hélvia Meryan.68 Em 23 de fevereiro, o casal embarcou no navio alemão General Ozório, no porto de Santos, e três dias depois aportou no Nordeste brasileiro,69 o local do seu primeiro chamado. Em agosto de 1938, após seis meses morando em Recife,70 a liderança os escolheu para fazer trabalho missionário em João Pessoa e arredores, no estado da Paraíba.71
Nigri considerou essa mudança bastante desafiadora, pois estariam substituindo o Pastor José Rodrigues dos Passos, que havia feito um trabalho excelente batizando 40 pessoas em uma série de conferências. Além disso, Passos também foi responsável por abrir a primeira igreja adventista na cidade. Por isso, o grande medo de Moysés era como substituir um pastor experiente. Uma das maneiras que encontrou para parecer um pouco mais maduro, e se parecer mais com o Pastor Passos, foi deixar o seu bigode crescer. Ao longo de sua vida, seu bigode se tornou uma de suas marcas.72
Moysés Nigri teve dificuldade em plantar novas igrejas adventistas na região de João Pessoa. Por exemplo, em Campina Grande, ele conduziu sua primeira série de conferências. Entretanto, além de sua falta de experiência, muitas igrejas católicas e protestantes impediram as pessoas de assistir às reuniões.73 Apesar disso, o afeto daquelas pessoas o influenciou muito.74 A cultura nordestina o impressionava a cada dia, com seu folclore heroico, cômico e satírico, como era o caso do Lampião – um notável líder rebelde que lutava contra injustiças sociais.76 Seus dois filhos mais velhos, Rejane Erina e Elmano Moysés, nasceram em João Pessoa, a primeira em 6 de dezembro de 1938, e o segundo em 15 de novembro de 1940.76
Moysés auxiliou o pastor e pioneiro Jerônimo Granero Garcia no desenvolvimento da Igreja Adventista em outros estados da região Nordeste além da Paraíba. O Pastor Garcia acreditava que a educação era um excelente meio de evangelizar, e com a ajuda de Moysés, ele fundou muitas escolas em Recife, estado de Pernambuco.77 Além disso, o departamento de Educação da Missão Nordeste enviou muitos recursos, de forma que o ano de 1941 marcaria um recorde para a Igreja com relação ao número de escolas organizadas e estudantes matriculados. Na metade do ano, sete escolas haviam começado as aulas, matriculando 150 crianças. Uma das várias professoras que vieram assumir as classes foi Malaquê Nigri,78 irmã de Moysés, que em 1939 se casou com o Pastor Jairo Tavares de Araújo.79
O estado da Paraíba foi um dos lugares onde uma escola adventista foi aberta. Certo dia, um membro de um pequeno grupo adventista de Baixa Verde chegou à cidade de Recife. Baixa Verde estava localizado na região de Campina Verde, estado da Paraíba, que era parte do distrito de Moysés. Ele pediu ao Pastor Garcia para enviar um professor adventista à sua região para que, além de lecionar aos estudantes durante a semana, pudesse auxiliar com a pregação nos cultos de sábado.80 A escola foi inaugurada pouco depois e, embora os pastores Garcia e Moysés tenham enfrentado perseguição por causa da fé adventista, o grupo adventista continuou a se desenvolver na região.81
No início de 1941, a Missão transferiu Nigri para Recife, onde assumiu os departamentos da Escola Sabatina, Ministério Pessoal, Missionários Voluntários, e Educação.82 Ao todo, Moysés trabalhou no Nordeste brasileiro por quatro anos, até voltar à Associação Paulista, onde se tornou diretor dos departamentos da Escola Sabatina e Trabalho Missionário.83
Em 17 de dezembro de 1941, nasceu sua terceira filha, Cássia Alida, logo que chegaram a São Paulo. Logo depois da reunião bienal da Associação, Moysés assumiu a liderança dos departamentos de Educação, Jovens e Temperança. Serviu nessas áreas até 1943, quando foi nomeado pastor da Igreja Central Paulistana.84 Antes de ele assumir a posição, em 27 de fevereiro de 1943, a administração ordenou Moysés ao ministério, no CAB.85
No ano seguinte, Nigri recebeu um chamado para a Associação Paraná-Santa Catarina onde, de acordo com o voto da associação, ele seria o novo presidente. Entretanto, ele não queria abandonar o compromisso com a Igreja Central Paulistana, visto que havia aceitado a posição há apenas seis meses. Tomou sua decisão após pensar bem no assunto. Considerando injusto deixar a congregação depois de apenas alguns meses, recusou o convite.86 Posteriormente, em 2 de setembro de 1945, sua última filha nasceu - Hélvia Meryan.87
Em 1947, a liderança escolheu Moysés para dirigir o grupo ADCA, que havia sido responsável por despertar seu interesse pela educação adventista em 1933.88 Ao final de 1949, incentivado por Walter Schubert, secretário ministerial da Divisão Sul Americana, Moysés participou do primeiro curso de extensão do que se tornaria a Universidade Andrews, ofertado por intermédio da Divisão Sul Americana, no Instituto Adventista do Uruguai, Progreso, Uruguai.89 O plano era treinar e preparar Moysés para que pudesse servir melhor à Igreja.90 Moysés pastoreou a Igreja Central Paulistana de 1943 a 1950.91
Em 1950, o mesmo chamado que havia recusado seis anos antes foi feito novamente. Dessa vez, Moysés o aceitou e assumiu a liderança da Associação Paraná-Santa Catarina, sediada na cidade de Curitiba.92 Embora tivesse trabalhado como diretor de diversos departamentos dentro da denominação, seria a primeira vez que serviria como um administrador de nível superior.93 Assim, o curso de educação continuada que havia feito foi de grande valor.94
Ao fim de 1951, após dois anos na presidência da associação, Moysés recebeu um chamado para ser presidente da União Sul Brasileira (USB). Dentre as várias pessoas indicadas, ele era o menos experiente para substituir o Pastor Rodolpho Belz. Surpreso, Moysés e Alida começaram a ficar preocupados com as grandes responsabilidades que assumiriam.95 Além da USB, ele também fez parte da mesa administrativa do CAB, posição na qual permaneceu por 11 anos.96 Curiosamente, Mouysés Nigri foi o segundo brasileiro a liderar a USB. Na época, a união abrangia o território que hoje seriam os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Goiás. Os estados do Mato Grosso do Sul e Tocantins ainda não existiam.97
Em 1962, a Conferência Geral nomeou Moysés como secretário executivo da Divisão Sul Americana, com sede em Montevidéu.98 No começo, teve dificuldades por causa da língua espanhola, especialmente com relação a sermões, mas pouco a pouco aprendeu a falá-la. Durante os oito anos em que trabalhou na sede da Divisão Sul Americana, a União Inca frequentemente o convidava para pregar no Peru, Bolívia e Equador.99
Vice-Presidente da Associação Geral (1970-1980)
Em 11 de junho de 1970, Moysés e Alida foram aos Estados Unidos para assistir à 51ª sessão da Associação Geral na Cidade de Atlanta, Nova Jersey. Assim que chegaram, muitos lhes diziam que Moysés seria um dos nomeados para o cargo de vice-presidente da Associação Geral. A princípio, eles não prestaram atenção a tais comentários. Entretanto, a liderança denominacional agora buscava internacionalizar as funções administrativas da Associação Geral. Assim, posições que eram ocupadas unicamente por norte-americanos ou nativos de países de língua inglesa, agora estariam abertas para pessoas de outros países. Enquanto Moysés andava nos corredores da sessão da Associação Geral, ele acabou se encontrando com Robert H. Pierson, quem lhe disse que a comissão estava considerando seu nome como potencial vice-presidente. Se Nigri quisesse aceitar o cargo, deveria estar presente na reunião de nomeações na manhã de domingo.100
Nigri viu-se preso em uma luta emocional durante todo o sábado, dia anterior à reunião. No domingo pela manhã, ele e sua esposa leram um trecho do livro devocional Pensai nestas coisas,101 que dizia: “Das profundezas do desânimo e desesperança, Jó se levanta nas alturas da confiança implícita na misericórdia e poder salvador de Deus”.102 Comovida, Alida pôs as mãos em seus ombros e disse, “Vamos, o Pastor Pierson está esperando por nós”. Assim, pela primeira vez na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, um latino-americano se tornou um dos vice-presidentes da sede denominacional em Takoma Park, Washington D. C.103
Após Moysés assumir o cargo de vice-presidente da Associação Geral, Pierson instituiu a posição de vice-presidente administrativo.104 As muitas reuniões e comissões realizadas na sede mundial da Igreja exigiam melhor coordenação. A Associação Geral tinha cinco presidentes, que geralmente tinham a responsabilidade de organizar tais reuniões. Agora, Pierson aumentou o número de vice-presidentes para seis.105
Em 1974, Duncan Eva, que havia sido secretário executivo da União Leste Africana, assumiu a nova posição administrativa. Mas, como o trabalho era restrito à mesa do escritório, ele pediu para ser substituído. A administração nomeou Moysés para assumir a posição, e em 1975, na sessão da Associação Geral em Vienna, Austria, Nigri foi eleito vice-presidente administrativo da Igreja mundial. Moysés ocupou o cargo por cinco anos. Seu papel incluía orientar diretores e secretários em seus respectivos trabalhos e desenvolver soluções para as várias questões e problemas trazidos às reuniões.106
Todos os anos, a Associação Geral convoca um concílio para aprovar o orçamento da IASD mundial, onde também são discutidos os vários pedidos das regiões administrativas. Durante o concílio de 1978, Pierson, juntamente com sua esposa e médico, inesperadamente anunciou sua aposentadoria oficial da presidência da Associação Geral devido a problemas de saúde.
Enquanto a administração se preparava para nomear um novo presidente, Federick Webster informou a Moysés Nigri que ele seria o presidente interino temporariamente. De acordo com novo documento votado em Vienna, os cinco vice-presidentes assumiriam o cargo, em alternância de turnos, até a eleição de um novo presidente.107 Assim, Nigri assumiu as responsabilidades de presidente da Associação Geral interinamente. Pouco tempo depois, Neal C. Wilson foi eleito presidente da Associação Geral.108
Aposentadoria
Em 1980, Moysés encerrou suas atividades na sede mundial da Igreja em Takoma Park, vendeu sua casa e resolveu todas as questões financeiras para que pudesse voltar ao Brasil.109 Entretanto, devido à insistência de seus filhos e pelo fato de não haver voo direto de Washington, D. C., para São Paulo, o casal resolveu ficar em Miami.110 (Mesmo após a aposentadoria, Moysés trabalharia como membro do comitê executivo da Associação Geral até a próxima sessão em 1985.111) Miami também lhes proporcionou a oportunidade de ajudar a estabelecer uma igreja brasileira (hoje a Miami Temple Church).112 A cerimônia de aposentadoria aconteceu em 1980, na 53ª sessão da Associação Geral.113
Logo depois de se mudarem para Miami, Moysés foi convidado por João Wolff para ser secretário do campo da Divisão Sul Americana, onde serviu de 1980 a 1984. Dessa maneira, Nigri pôde morar em Santo André, São Paulo, a fim de cumprir com as responsabilidades da divisão, enquanto ia para Miami de tempos em tempos. Durante esses quatro anos, ele dirigiu semanas de oração, batismos e cultos em países como Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru e Equador.114
Em 1988, Alida e Moysés comemoraram 50 anos de casamento, convidando muitos amigos e familiares.115 Contudo, alguns anos mais tarde, ela começou a enfrentar sérios problemas de saúde decorrentes de uma infecção nos pulmões. Em 24 de outubro de 1995, Alida faleceu, deixando uma carta para ser lida no seu funeral.116
Após a morte da esposa, Moysés tentou lidar com essa perda por meio da companhia dos filhos e lendo muitos livros. Entretanto, com o passar do tempo, começou a pensar se deveria viver com seus filhos ou se casar novamente. Embora estivesse interessado em uma viúva a quem havia conhecido algum tempo atrás, ela educadamente recusou sua proposta e disse que oraria para que ele encontrasse uma nova companheira.117
Na ocasião de reuniões administrativas do UNASP campus São Paulo realizadas em 1997, Nevil Gorski convidou Moysés para apresentar três devocionais em um restaurante próximo ao colégio. Então, em uma sexta-feira de manhã, uma professora e amiga de muitos anos, Dilza Garcia, disse-lhe que conhecia uma pessoa adequada para um possível relacionamento. Carolina era solteira, trabalhava como enfermeira, e era professora no UNASP campus São Paulo. Durante o almoço que se seguiu à reunião, Dilza lhe mostrou quem era ela, e Nigri e Carolina conversaram por horas. Ao final, trocaram números de telefone, e ela prometeu que ligaria depois.118
Ao final do dia de trabalho, todos teriam que esperar por um ônibus do colégio. Como Moysés demorou para se despedir de seus amigos, acabou ficando no último ônibus, o mesmo de Carolina. Ao entrar, percebeu que o único assento disponível era ao seu lado, o que, portanto, possibilitou que continuassem conversando até o destino. Combinaram de se encontrar no shopping posteriormente para se conhecerem melhor.119
Em um de seus primeiros encontros, receoso de gerar possíveis rumores de estar em um “namorico”,120 ele foi direto ao ponto e perguntou a Carolina se estava disposta a se casar. Embora não tenha respondido, continuou se encontrando com ele. Moysés sempre insistia por uma resposta, enquanto Carolina estava relutante. As coisas continuaram dessa maneira até o Dia dos Namorados, quando ele a convidou para jantar em um restaurante no bairro do Morumbi, cidade de São Paulo. Moysés lhe presenteou com um frasco de perfume e ela lhe presenteou com uma gravata italiana, junto a um cartão que, afinal, dizia sim à proposta de casamento. Começaram a planejar o casamento para dezembro de 1997.121
A cerimônia foi realizada em 17 de dezembro de 1997, na Igreja Adventista do Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Alejandro Bullón, na época secretário ministerial da Divisão Sul Americana, pregou o sermão do casamento, e o pastor local, Ronaldo de Oliveira, oficiou os votos e a bênção. Amigos e familiares de todo o Brasil encheram a igreja. A filha mais velha de Moysés, Rejane, o acompanhou ao altar, e o irmão da noiva, João, a acompanhou.122 A Associação Coral Adventista de São Paulo (ACASP), ao qual Carolina pertencia há 15 anos, participou do casamento. Regidos por Flávio e Dilza Garcia, cerca de 60 coristas cantaram no casamento.123
Últimos Anos
Na manhã de 24 de outubro de 2005, Moysés deu início à escrita de uma autobiografia. Apesar das limitações impostas pela doença de Parkinson, ele datilografava a cópia durante a semana, e uma amiga do casal – Ivone Deane – transferia os textos para um computador quando podia. Moysés trabalhou duro para terminar o livro.124
Nessa época, ele participou da reabertura do Centro de Pesquisas Ellen G. White e do Centro Nacional da Memória Adventista, localizado no Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP-EC. O evento aconteceu em 14 de novembro de 2009, e, além de compartilhar algumas experiências ministeriais com os estudantes de Teologia, Moysés doou muitos itens pessoais ao Centro.125
Em 20 de fevereiro de 2010, Moysés pregou seu último sermão. O Pastor Assad Bechara o convidara para pregar na Comunidade Árabe Aberta, localizada na cidade de São Paulo. Sua mensagem teve como foco o retorno de Jesus. Ele disse: “Jesus está voltando! Você está preparado? Tenho pedido a Deus que me deixe viver 100 anos para que possa ver Jesus retornando nas nuvens. Não posso acreditar no contrário, mas acho que este é meu último sermão.”126
Ao voltar para casa, embora cansado, Moysés não conseguia dormir por causa do manuscrito de sua autobiografia, ao qual queria acrescentar mais alguns detalhes. Por isso, decidiu organizá-lo naquela noite, embora Carolina insistisse que ele esperasse até a manhã seguinte. Moysés trabalhou até às duas horas da manhã. Quando estava voltando para o quarto, fraturou o fêmur e caiu ao chão na lavanderia de sua casa. O corpo de bombeiros local o levou para a sala de emergência do hospital. Ele pediu à sua esposa que terminasse o livro sozinha caso ele não pudesse mais se levantar.127
Depois de passar por cuidados emergenciais, Moysés foi transferido para o Hospital Adventista de São Paulo, onde ficou hospitalizado por 11 dias. O Dr. Roberto Queiroz fez a cirurgia e, embora tenha sido bem-sucedida, o corpo de Moysés não reagiu como esperado. Por isso, no final da tarde de 3 de março, Carolina pediu aos pastores Assad Bechara, Kleber de Oliveira e Márcio Felipe para ungir seu esposo na presença da família.128 Então, em 4 de março de 2010, poucas horas depois da unção, ele faleceu aos 95 anos de parada dos rins e coração.129 Carolina terminou a autobiografia em 2011 e a publicou em 2014.130
Contribuição
Moysés Salim Nigri serviu à Igreja Adventista do Sétimo Dia como auxiliar de escritório, pastor e administrador. Trabalhou por 43 anos e cinco meses, inicialmente servindo à Missão Rio-Minas Gerais por um ano, o que lhe possibilitou estudar no Colégio Adventista Brasileiro e se tornar um pastor. Ao longo de seu ministério, ele contribuiu para a disseminação da fé adventista ao estabelecer muitas igrejas e escolas no estado da Paraíba e na cidade de Recife.
Como líder, dirigiu vários departamentos, tais como os de Educação, Jovens e Escola Sabatina. Além disso, ele foi presidente da Associação Paraná-Santa Catarina e trabalhou como secretário da Divisão Sul Americana. Moysés foi o primeiro latino-americano ocupar a posição de vice-presidência da Associação Geral, o que lhe implicou viajar ao redor de todo o mundo. Ao longo de seu frutífero ministério, ele batizou cerca de 600 pessoas, conduziu mais de 170 casamentos, e dedicou aproximadamente 40 crianças.131
Referências
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Notas de Fim
- Carta endereçada a Moysés Salim Nigri (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White, UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP).↩
- Levi Batista de Lima Junior, “Pr. Moysés Nigri, um grande homem e seus grandes momentos,” (UNASP-EC, Instituto Adventista de Ensino, 1988), 2.↩
- Moysés Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), 22.↩
- Junior, “Pr. Moysés Nigri, um grande homem e seus grandes momentos,” 2.↩
- Autobiografia de Moysés Salim Nigri (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White, UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP).↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 23.↩
- Ibid., 22, 116.↩
- Fernando A. Novais e Luiz Felipe de Alencastro, História da vida privada no Brasil 2: Império, a corte e a modernidade nacional (São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1997), 314.↩
- Milene Ribas da Costa, “A implosão da ordem: a crise final do Império e movimento republicano paulista” (Tese, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, 2006), 24, 25; Rachel Mizrahi, Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro (São Paulo, SP: Ateliê Editorial, 2003), 55.↩
- Mizrahi, 63; Famílias Judias no Rio de Janeiro (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP), 1.↩
- Novais e Alencastro, 319; Nigri, 23; Mizrahi, 55, 56.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 22, 23.↩
- Ibid., 22, 23.↩
- Ibid., 23.↩
- Ibid., 24, 25.↩
- Ibid., 25, 26, 116.↩
- Ibid., 26.↩
- Ibid., 29.↩
- Ibid., 27.↩
- Ibid., 27-29.↩
- Ibid., 28, 29.↩
- Moysés Salim Nigri, “A influência da literatura adventista em minha vida,” Revista Adventista, setembro, 2001, 10.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 28.↩
- Ibid., 29.↩
- Ibid., 29, 30.↩
- Ibid., 31; Junior, “Pr. Moysés Nigri, um grande homem e seus grandes momentos,” 3.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 29.↩
- Junior, 5.↩
- Moysés Salim Nigri, “Pastor Moysés Salim Nigri, the first Latin elected general vice-president of the General Conference of the Seventh-day Adventist church: a short autobiographical data from August 1914 to December 1988 as requested by the Heritage Center” (Monografia, Andrews University, 1990), 4.↩
- Junior, “Pr. Moysés Nigri, um grande homem e seus grandes momentos,” 5; e Nigri, 35.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 35.↩
- Junior, “Pr. Moysés Nigri, um grande homem e seus grandes momentos,” 7.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 35-36.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 3.↩
- Junior, 8.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 37.↩
- Junior, 9; and Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 37.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 4.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 37.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 4; Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 37.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 40.↩
- Ibid., 38, 39.↩
- Ibid., 39.↩
- Ibid., 41.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 5.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 39, 40.↩
- Ibid., 41, 42.↩
- “Comissão Publicadora de “O Colegial”, O Colegial, setembro, 1936, 17.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 117.↩
- Ellis R. Maas, “A educação christã,” O Colegial, setembro, 1936, 4.↩
- Arnold Rutz, “Discurso de boas-vindas,” O Colegial, setembro, 1936, 11.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 42-43.↩
- Haller E. S. Schuneman, “Internatos Adventistas: a transposição de um modelo estadunidense de educação,” Docplayer, 2016, acessado em 17 de fevereiro, 2019, https://docplayer.com.br/519194-Internatos-adventistas-a-tranposicao-de-um-modelo-estadunidense-de-educacao.html, 5.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 5; Schuneman, 6.↩
- Schuneman, “Internatos Adventistas,” 6.↩
- Ibid., 42.↩
- Ibid., 43.↩
- Ibid.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 6.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 44.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 4; Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 47.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 45.↩
- Ibid., 44.↩
- Ibid., 46.↩
- Ibid., 47.↩
- Ibid., 52.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 6.↩
- Nigri., Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 117, 118.↩
- Ibid., 54.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 6.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 56, 57.↩
- Ibid.↩
- Ibid., 58, 59.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 07.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 59.↩
- Ibid., 58, 59.↩
- Ana A. Garcia, Jerônimo Era Assim (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1984), 90-92.↩
- Moisés S. Nigri, “As Escolas do Nordeste,” Revista Adventista, junho, 1941, 14.↩
- Luís Henrique Santos, ed., Muito Além do Ensino: UNASP--100 anos de história (1915-2015) (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015), 179; Nigri, “Pastor Moysés Salim Nigri, the first Latin elected general vice president of the General Conference of the Seventh-day Adventist church: a short autobiographical data from August 1914 to December 1988 as requested by the Heritage Center,” 1.↩
- Garcia, Jerônimo Era Assim (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1984), 104.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 67-68.↩
- Nigri, “Pastor Moysés Salim Nigri, the first Latin elected general vice-president of the general conference of the Seventh-day Adventist church: a short autobiographical data from August 1914 to December 1988 as requested by the Heritage Center,” 8.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 68.↩
- Ibid., 68.↩
- Nigri, Autobiografia de Moysés Salim Nigri, 9.↩
- Ibid., 71.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 68.↩
- Junior, “Pr. Moysés Nigri, um grande homem e seus grandes momentos,” 8, 20.↩
- Nigri, “Pastor Moysés Salim Nigri, the first Latin elected general vice-president of the General Conference of the Seventh-day Adventist church: a short autobiographical data from August 1914 to December 1988 as requested by the Heritage Center,” 9.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 48, 49.↩
- Ibid., 68.↩
- Nigri, “Pastor Moysés Salim Nigri, the first Latin elected general vice-president of the General Conference of the Seventh-day Adventist church: a short autobiographical data from August 1914 to December 1988 as requested by the Heritage Center,” 10.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 72.↩
- Ibid., 48, 49.↩
- Ibid., 74, 75.↩
- Ibid., 76.↩
- Ibid., 118.↩
- Ibid., 80.↩
- Ibid., 82.↩
- Ibid., 7.↩
- Ibid., 7, 8; Nigri, “Pastor Moysés Salim Nigri, the first Latin elected general vice president of the General Conference of the Seventh-day Adventist church: a short autobiographical data from August 1914 to December 1988 as requested by the Heritage Center,” 14.↩
- Ellen G. White, Profetas e reis: aprendendo com os erros e acertos do povo de Deus (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007), 80; Norval F. Pease, Pensais Nestas Coisas (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1970), 171.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 8; O pastor Nigri foi eleito... (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White, UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP), 1.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 85.↩
- Ibid., 86.↩
- Ibid.↩
- Ibid., 87, 88.↩
- Ibid., 88.↩
- Ibid., 89.↩
- Ibid., 90.↩
- Ibid., 89.↩
- Ibid., 90.↩
- Ibid., 119.↩
- Ibid., 90, 91.↩
- Ibid., 93.↩
- Carta deixada por Alida Nigri (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White, UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP).↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 94.↩
- Ibid., 95.↩
- Ibid., 95, 96.↩
- Ibid., 95, 96.↩
- Ibid., 96.↩
- Ibid., 96, 97.↩
- Ibid.↩
- Ibid., 104, 105.↩
- Ibid., 103.↩
- Ibid., 106, 107.↩
- Ibid., 108.↩
- Ibid., 109, 110.↩
- “Moysés Salim Nigri,” Revista Adventista, abril, 2010, 37.↩
- Nigri, Sem fronteiras: A envolvente história de um homem que marcou época, 110, 111, 113.↩
- Ibid., 89.↩