Maximilian Fuhrmann

Photo courtesy of Brazilian White Center - UNASP. 

Fuhrmann, Maximilian (1908–2008)

By The Brazilian White Center – UNASP

×

The Brazilian White Center – UNASP is a team of teachers and students at the Brazilian Ellen G. White Research Center – UNASP at the Brazilian Adventist University, Campus Engenheiro, Coelho, SP. The team was supervised by Drs. Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel, and Carlos Flávio Teixeira. Bruno Sales Gomes Ferreira provided technical support. The following names are of team members: Adriane Ferrari Silva, Álan Gracioto Alexandre, Allen Jair Urcia Santa Cruz, Camila Chede Amaral Lucena, Camilla Rodrigues Seixas, Daniel Fernandes Teodoro, Danillo Alfredo Rios Junior, Danilo Fauster de Souza, Débora Arana Mayer, Elvis Eli Martins Filho, Felipe Cardoso do Nascimento, Fernanda Nascimento Oliveira, Gabriel Pilon Galvani, Giovana de Castro Vaz, Guilherme Cardoso Ricardo Martins, Gustavo Costa Vieira Novaes, Ingrid Sthéfane Santos Andrade, Isabela Pimenta Gravina, Ivo Ribeiro de Carvalho, Jhoseyr Davison Voos dos Santos, João Lucas Moraes Pereira, Kalline Meira Rocha Santos, Larissa Menegazzo Nunes, Letícia Miola Figueiredo, Luan Alves Cota Mól, Lucas Almeida dos Santos, Lucas Arteaga Aquino, Lucas Dias de Melo, Matheus Brabo Peres, Mayla Magaieski Graepp, Milena Guimarães Silva, Natália Padilha Corrêa, Rafaela Lima Gouvêa, Rogel Maio Nogueira Tavares Filho, Ryan Matheus do Ouro Medeiros, Samara Souza Santos, Sergio Henrique Micael Santos, Suelen Alves de Almeida, Talita Paim Veloso de Castro, Thais Cristina Benedetti, Thaís Caroline de Almeida Lima, Vanessa Stehling Belgd, Victor Alves Pereira, Vinicios Fernandes Alencar, Vinícius Pereira Nascimento, Vitória Regina Boita da Silva, William Edward Timm, Julio Cesar Ribeiro, Ellen Deó Bortolotte, Maria Júlia dos Santos Galvani, Giovana Souto Pereira, Victor Hugo Vaz Storch, and Dinely Luana Pereira.

 

 

First Published: June 16, 2021

Maximilian Fuhrmann, foi um pastor, secretário, tesoureiro, administrador e auditor de origem alemã que trabalhou no Brasil.

Maximilian Fuhrmann nasceu em 31 de dezembro de 1908, em Binswangen, próximo à cidade de Dillingen, estado da Bavaria, Alemanha. Era o primeiro filho homem dos sete filhos de Karl e Therese.1 A subsistência da família tinha como base a agricultura. Quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial em 1914, embora tivesse apenas seis anos de idade, Max Fuhrmann começou a trabalhar nas plantações, visto que os homens adultos, em sua maioria, haviam sido chamados para o serviço militar. Em consonância com a lei nacional, ele entrou na escola aos oito anos de idade e estudou até aos 15.2

A região onde fora criado era tradicionalmente católica, assim como sua família. Eles foram apresentados à Igreja Adventista do Sétimo Dia por um tio, que fez uma visita à família a fim de compartilhar suas novas crenças. Eles concordaram em estudar o assunto e concluíram, junto a outros parentes, que aceitariam o Adventismo como sua religião.3 A decisão causou certa revolta entre os membros da comunidade, que os acusaram de hereges. Isso afetou diretamente seu pai, que era o prefeito da cidade na época, levando-o a expulsar a esposa e filhos de casa. Naquele momento, Max estava trabalhando no campo e apenas descobriu o que havia acontecido à noite, quando foi à casa do tio e encontrou toda a família lá. Como filho mais velho, aos 16 anos de idade, Max foi convencido por sua mãe a ir para casa e pedir ao pai para reconsiderar a questão. Por fim, ele os aceitou de volta e, em 26 de setembro de 1926, foram batizados na Igreja Adventista em Augsburg, pelo Pastor Dürr.4

No final da década de 1920, Fuhrmann foi impressionado por um sermão de um pastor mexicano que estava na Alemanha, quem fez um apelo sobre a necessidade de obreiros na América do Sul. Em resposta, ele tomou a decisão de se tornar um missionário no Brasil, juntamente com seu futuro cunhado, Otto Wörl.5 Eles aportaram em Hamburgo em outubro de 1928, e chegaram no porto de Santos, estado de São Paulo, após uma viagem de 26 dias. Em seguida, foram para o Colégio Adventista Brasileiro (hoje Unasp-SP), na cidade de São Paulo, onde estudaram português por um mês com a professora Albertina Simon.6

A principal dificuldade de Fuhrmann no novo país foi a comunicação, visto que seu português ainda estava em nível muito básico. Ainda assim, ele decidiu colportar, a fim de aprender melhor a língua e pagar os estudos. Por esse meio, ele conseguiu concluir o curso teológico, que teve duração de um ano,7 graduando-se em 1932.8

Ele começou a servir à Igreja Adventista no início de 1933 como auxiliar de escritório na Missão Rio-Minas Gerais, onde serviu até abril do mesmo ano.9 Em maio, a Missão Rio-Espírito Santo o contratou como tesoureiro e datilógrafo, onde serviu por cinco anos.10 Em setembro de 1938, retornou à Missão Rio-Minas, onde trabalhou como secretário-tesoureiro até o final de 1939. Em seguida, foi nomeado diretor da Missão Nordeste Brasileira, onde serviu até o fim de 1946.11

Com o despertar da Segunda Guerra Mundial, e a declaração de guerra contra a Alemanha pelo governo brasileiro em 1942, teve início uma forte perseguição contra os imigrantes alemães morando no Brasil. Até mesmo falar outra língua que não fosse o português era proibido. Muitos eram tidos como suspeitos de espionagem e, por essa razão, acabaram na cadeia,12 como aconteceu com Max Fuhrmann. Ele conseguiu ser liberto com a ajuda de uma amiga chamada Laura Araújo, que tinha amizade com o Comandante do Exército e o convenceu a soltar Fuhrmann.13

Nesse ínterim, o campo do Nordeste brasileiro tinha a necessidade cada vez maior de um local para construir um internato. Assim, em 1943, um grupo de pastores, dentre os quais estava Max Fuhrmann, Castelani, Jairo Araújo e Repogle, juntamente com muitos outros membros de igreja que doaram desinteressadamente suas alianças de ouro, conseguiram comprar um terreno em Belém de Maria, estado de Pernambuco, onde seria construído o Educandário Nordestino Adventista (ENA).14

Ainda nesse período, em 1944, Fuhrmann concluiu a graduação em Administração no Faculdade de Ciências Econômicas de Pernambuco. Apesar de algumas dificuldades relacionadas à guarda do sábado, ele conseguiu concluir o curso, o qual havia começado no Espírito Santo.15

Em 1947, ele foi nomeado tesoureiro e diretor administrativo da Clínica de Repouso White.16 Além disso, ficou responsável pela construção do Sanatório e Hospital do Rio de Janeiro, do qual foi tesoureiro e diretor administrativo desde sua inauguração, em 1948, até o fim de 1958.17

Logo após sua chegada, enfrentou um problema com a renovação do contrato de aluguel do prédio onde a clínica funcionava. Foi decidido que a Clínica de Repouso White deveria ser transferida para as dependências do hospital recém construído, mas este ainda não estava preparado para recebê-lo, na época. Além disso, a rota de acesso ao hospital tornava-se muito lamacenta em dias de chuva, o que causava dificuldades no transporte de materiais para o funcionamento do Hospital e Clínica. Quando conversou sobre esses problemas com o mestre de obras da prefeitura do Rio de Janeiro, ele se simpatizou com a situação e enviou pedras para pavimentar os arredores do hospital. Além disso, alguns membros da igreja na América do Norte doaram recursos para que pudessem comprar uma caminhonete.18

Em outubro de 1958, Fuhrmann foi nomeado tesoureiro da Associação Rio-Minas Gerais, onde serviu por quatro anos até aceitar o chamado para pastorear o distrito de Campo Grande, cidade do Rio de Janeiro. Antes de assumir o campo, foi ordenado ao ministério em 1963. O Pastor Fuhrmann é considerado um pioneiro na evangelização de Campo Grande, visto que, durante os nove anos em que serviu nesse local, cinco novas igrejas foram construídas: Campo Grande, Santa Cruz, Santíssimo, Itaguaí e Sepetiba.19

Em 1973, ele foi nomeado pastor da igreja em Pavuna, bairro da cidade do Rio de Janeiro, onde serviu até 1979.20 O Pastor Fuhrmann se aposentou em 1980, mas continuou trabalhando para a denominação, até mesmo sendo convidado para participar da mesa administrativa da nova Associação Rio de Janeiro.21 Trabalhou como auditor interno por sete anos, e caixa da igreja na Associação.22

No entanto, no início de 1987, ele foi removido do quadro de obreiros ativos da Associação Rio de Janeiro devido a recomendações médicas, após passar por uma cirurgia delicada para remover um coágulo no cérebro, no Hospital Adventista Silvestre, após uma queda acidental.23

Em 1989, aos 81 anos, Fuhrman se casou com Carmen Teixeira, que também trabalhou para a Igreja Adventista. A cerimônia religiosa foi realizada pelo Pastor Roberto Rabello, e a civil, por Ari Gomes, na igreja central do Rio de Janeiro. Segundo um amigo próximo, ele havia permanecido solteiro por tanto tempo devido à total dedicação à obra de Deus.24

Em 1992, foi realizado o Primeiro Encontro de Enriquecimento Espiritual para Idosos na cidade de Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro. Nessa ocasião, Max Fuhrmann e Carmen foram chamados como convidados especiais, onde ele foi homenageado por seus 50 anos de serviço à Igreja Adventista.25 O Pastor Maximilian Fuhrmann faleceu em 19 de março de 2008, aos 99 anos, no Rio de Janeiro.26

Referências

Daniele Lessa. “Segunda Guerra Mundial: as restrições enfrentadas por estrangeiros que viviam no Brasil - Bloco 2”, Câmara dos Deputados, novembro, 2011. Acessado em 22 de abril, 2019, https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEM-ESPECIAL/405454-SEGUNDA-GUERRA-MUNDIAL-AS-RESTRICOES-ENFRENTADAS-POR-ESTRANGEIROS-QUE-VIVIAM-NO-BRASIL-BLOCO-2.html

“Formatura do Colégio Adventista.” Revista Adventista, vol. 27, no. 11, novembro, 1932.

“Jubilado após 44 anos de trabalho.” Revista Adventista, ano 75, no. 3, março, 1980.

Shichiro Takatoki. “História das Camas de um Educandário.” Revista Adventista, ano 47, no. 6, junho, 1952.

Teixeira, Stanley. “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann.” Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999.

“Terceira Idade.” Revista Adventista, ano 88, no. 3, março, 1992.

Seventh-day Adventist Yearbook. Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, vários anos.

Westcott, H. B. “Mudanças e Acréscimos de obreiros na União Éste-Brasileira.” Revista Adventista, vol. 28, no. 5, maio, 1933.

Notas de Fim

  1. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 2.
  2. Ibid.
  3. Ibid., 2-3.
  4. Ibid., 4-5.
  5. “Jubilado após 44 anos de trabalho,” Revista Adventista, ano 75, no. 3, março, 1980, 20.
  6. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 6.
  7. Ibid., 7-8.
  8. “Formatura do Colégio Adventista,” Revista Adventista, vol. 27, no. 11, novembro, 1932, 7.
  9. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 9.
  10. Há uma divergência de informações sobre esse ponto, pois sua Ficha de Serviço (anexa à monografia “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann”) afirma que Fuhrmann foi contratado como tesoureiro; por outro lado, a Revista Adventista (H. B. Westcott, “Mudanças e Acréscimos de obreiros na União Éste-Brasileira,” Revista Adventista, vol. 28, no. 5, maio, 1933, 13) diz que ele trabalhava como datilógrafo. No entanto, ele provavelmente tenha trabalhado em ambas as funções.
  11. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 9-10; “Rio-Minas Geraes Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1939), 184; “Northeast Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1941), 184; Northeast Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1947), 146.
  12. Daniele Lessa, “Segunda Guerra Mundial: as restrições enfrentadas por estrangeiros que viviam no Brasil - Bloco 2”, Câmara dos Deputados, novembro, 2011.
  13. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 10.
  14. Shichiro Takatoki, “História das Camas de um Educandário,” Revista Adventista, ano 47, no. 6, 1952, junho, 9.
  15. Ibid., 10.
  16. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 24; “Rio de Janeiro Clinic and Rest Home,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1948), 288.
  17. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 13; “Rio de Janeiro Hospital,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1958), 274.
  18. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 13.
  19. Ibid., 14-15, 23.
  20. Ibid., 15.
  21. “Jubilado após 44 anos de trabalho,” Revista Adventista, ano 75, no. 3, março, 1980, 20.
  22. Stanley Teixeira, “Vida e Obra do pastor Max Fuhrmann” (Monografia, Instituto Adventista de Ensino, 1999), 16.
  23. Ibid., 17.
  24. Ibid., 18.
  25. “Terceira Idade,” Revista Adventista, ano 88, no. 3, março, 1992, 21.
  26. Márcia Valdo, pata Camila Chede, Engenheiro Coelho, São Paulo, 15 de maio, 2019.
×

UNASP, The Brazilian White Center –. "Fuhrmann, Maximilian (1908–2008)." Encyclopedia of Seventh-day Adventists. June 16, 2021. Accessed February 19, 2025. https://encyclopedia.adventist.org/article?id=BGIA.

UNASP, The Brazilian White Center –. "Fuhrmann, Maximilian (1908–2008)." Encyclopedia of Seventh-day Adventists. June 16, 2021. Date of access February 19, 2025, https://encyclopedia.adventist.org/article?id=BGIA.

UNASP, The Brazilian White Center – (2021, June 16). Fuhrmann, Maximilian (1908–2008). Encyclopedia of Seventh-day Adventists. Retrieved February 19, 2025, https://encyclopedia.adventist.org/article?id=BGIA.