Silva, Domingos Peixoto da (1898-1890)
By The Brazilian White Center – UNASP
The Brazilian White Center – UNASP is a team of teachers and students at the Brazilian Ellen G. White Research Center – UNASP at the Brazilian Adventist University, Campus Engenheiro, Coelho, SP. The team was supervised by Drs. Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel, and Carlos Flávio Teixeira. Bruno Sales Gomes Ferreira provided technical support. The following names are of team members: Adriane Ferrari Silva, Álan Gracioto Alexandre, Allen Jair Urcia Santa Cruz, Camila Chede Amaral Lucena, Camilla Rodrigues Seixas, Daniel Fernandes Teodoro, Danillo Alfredo Rios Junior, Danilo Fauster de Souza, Débora Arana Mayer, Elvis Eli Martins Filho, Felipe Cardoso do Nascimento, Fernanda Nascimento Oliveira, Gabriel Pilon Galvani, Giovana de Castro Vaz, Guilherme Cardoso Ricardo Martins, Gustavo Costa Vieira Novaes, Ingrid Sthéfane Santos Andrade, Isabela Pimenta Gravina, Ivo Ribeiro de Carvalho, Jhoseyr Davison Voos dos Santos, João Lucas Moraes Pereira, Kalline Meira Rocha Santos, Larissa Menegazzo Nunes, Letícia Miola Figueiredo, Luan Alves Cota Mól, Lucas Almeida dos Santos, Lucas Arteaga Aquino, Lucas Dias de Melo, Matheus Brabo Peres, Mayla Magaieski Graepp, Milena Guimarães Silva, Natália Padilha Corrêa, Rafaela Lima Gouvêa, Rogel Maio Nogueira Tavares Filho, Ryan Matheus do Ouro Medeiros, Samara Souza Santos, Sergio Henrique Micael Santos, Suelen Alves de Almeida, Talita Paim Veloso de Castro, Thais Cristina Benedetti, Thaís Caroline de Almeida Lima, Vanessa Stehling Belgd, Victor Alves Pereira, Vinicios Fernandes Alencar, Vinícius Pereira Nascimento, Vitória Regina Boita da Silva, William Edward Timm, Julio Cesar Ribeiro, Ellen Deó Bortolotte, Maria Júlia dos Santos Galvani, Giovana Souto Pereira, Victor Hugo Vaz Storch, and Dinely Luana Pereira.
First Published: January 29, 2020
Domingos Peixoto da Silva foi um evangelista, pastor, administrador, conferencista, professor, escritor e especialista em relações públicas da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil.
Infância e Educação
Domingos Peixoto da Silva nasceu em 12 de novembro de 1898, na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul, Brasil. Filho de Paulino e Virgínia Cândida Peixoto da Silva1 (falecida em 1928),2 era irmão de Isaura Peixoto (nascida em 1897), que também contribuiu para o desenvolvimento da mensagem adventista na região do Rio de Janeiro como instrutora bíblica por 40 anos, e diretora do departamento de Assistência Social da Associação Rio-Minas Gerais.3
Domingos cursou o ensino fundamental e médio na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 4 Envolveu-se em atividades evangelísticas ainda na juventude. Quando tinha 18 anos, trabalhou como evangelista para a Missão Batista do Sul, permanecendo ali até 1919. Sua família conheceu a mensagem adventista naquela época, ainda nos primórdios do adventismo no Brasil. Ele, sua mãe e a irmã aceitaram o adventismo.5 Foi batizado em 1919 pelo pastor H. F. Neumann, nas águas do rio Guaíba, em Porto Alegre.6
No ano seguinte, matriculou-se no curso de Teologia do Seminário Adventista (hoje Unasp-SP).7 Durante as férias, colportou para custear as suas despesas escolares.8 Formou-se em 16 de dezembro de 1922, sendo integrante da primeira turma de graduação do curso de Teologia do seminário, ao lado de Guilherme Frederico Denz, Luiz Waldvogel, Isolina Avelino Waldvogel, Rodolpho Belz, Adolfo Bergold, Alma Bergold, Adelina Zorub e Philonila Assunção.9 Mais tarde também estudou direito por dois anos na Escola Superior de Direito (atual Universidade de São Paulo, USP).10
Ministério
Domingos começou a trabalhar como pastor evangelista da Igreja Adventista do Sétimo Dia em 1923, quando aceitou o chamado para se mudar para a cidade de Campo Belo, Minas Gerais. Ainda naquele ano, trabalhou no sul do estado, principalmente na cidade de Varginha.11 Em 19 de dezembro de 1923, casou-se com Maria Luísa Chagas (1896-1943), na cidade de Ibitinga, São Paulo, e dessa união nasceu sua única filha, Virgínia.12
Em 1925 deu continuidade ao trabalho como evangelista, já no estado de São Paulo, onde contribuiu para a divulgação da mensagem adventista em muitas cidades onde havia poucos fiéis, tais como Campinas, São João da Boa Vista, Espírito Santo do Pinhal, e outras.13 Em novembro de 1926, ele retornou ao seu estado natal e foi trabalhar na cidade de Santa Maria da Boca do Monte, onde contribuiu para o crescimento da comunidade adventista local.14
Em 18 de março de 1928, Domingos foi ordenado ao ministério e, nessa ocasião, realizou seu primeiro batismo. Ele continuou trabalhando em Santa Maria da Boca do Monte até dezembro de 1928,15 e no ano seguinte aceitou o chamado para trabalhar como evangelista na União Este Brasileira, no estado do Rio de Janeiro (atual União Sudeste Brasileira). Enquanto moravam na cidade de Niterói, como resultado de suas orações e trabalho evangelístico, muitas pessoas foram batizadas. Nesse período, também trabalhou em diversos bairros da capital, tais como Vila Isabel, Cassuritiba, Ilha da Boa Viagem e a cidade de Petrópolis.16 Serviu no Rio de Janeiro até 1933.17
Em 1934, Domingos serviu como professor de Treinamento Bíblico e Evangelístico no Seminário Adventista de São Paulo.18 Em 28 de agosto de 1935, foi para os Estados Unidos a fim de aprimorar seus conhecimentos de Teologia no Pacific Union College, Califórnia.19 Após retornar para o Brasil em 1937, se tornou diretor do ensino médio do Seminário Adventista, que havia sido oficializado pelo governo brasileiro naquele ano.20
Entre os cargos administrativos que ocupou, Domingos foi presidente do Departamento de Deveres Cívicos da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, também chamado na época de Associação Brasileira da IASD, segundo a Revista Adventista. O departamento foi criado por volta de 1930, devido à necessidade de a Igreja Adventista do Sétimo Dia lidar com os problemas decorrentes da Primeira Guerra Mundial e as ameaças de uma Segunda Guerra Mundial. Pertencia à União Sul-Brasileira e era composta por todos os membros das comissões executivas e delegados eleitos das associações e missões do território.21
A principal preocupação da Igreja Adventista na época era deixar claro sua posição sobre a observância do sábado e uma atitude não combativa no serviço militar. Em 22 de abril de 1937, Domingos visitou o presidente federal, Getúlio Vargas, a fim de lhe entregar uma declaração de princípios da Igreja Adventista preparada pela Comissão de Deveres Cívicos sobre tais assuntos. Este foi um ato significativo, considerando que o Brasil era governado por um governo ditatorial.22
De 1940 a 1946, Domingos atuou como diretor do Seminário Adventista, que na época já era chamado de Colégio Adventista (a partir de 1923, segundo a Revista Adventista). Nesse período, sua contribuição foi importante para o desenvolvimento estrutural e o crescimento do número de alunos. Foi durante sua gestão que o nome da instituição foi mudado para Colégio Adventista Brasileiro (CAB), acrescentando-se o último termo, com o objetivo de atrair mais alunos. De 1941 a 1944, muitas construções foram feitas para fornecer salas de aula para cursos de enfermagem, novas salas para o ensino fundamental, a entrada da faculdade e o prédio da indústria de alimentos.23
Em 1943 Domingos sofreu o baque da morte da esposa. Maria o acompanhou ao longo dos anos de ministério até sua morte precoce, aos 47 anos.24 Em 24 de janeiro de 1944, Domingos casou-se com Alice Wilfart no estado do Rio de Janeiro, e ela também contribuiu para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, como enfermeira e professora. 25
Em 1947 aceitou o convite para ser presidente da Associação Sul-Rio-Grandense, onde permaneceu por dois anos.26 Posteriormente, aceitou o chamado para servir na Casa Publicadora Brasileira (CPB), como vice-presidente em 1949 e secretário em 1950.27
Em 1951, aceitou o chamado para servir como líder em tempo integral do Departamento de Deveres Cívicos e Religiosos do território brasileiro, que na época representava as Uniões Norte, Este e Sul Brasileiras. Como secretário geral, Domingos se esforçou para obter apoio financeiro e político do governo para os projetos de assistência social da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Também fazia visitas constantes a funcionários dos poderes judiciário, legislativo e executivo do Brasil. Além disso, ficava atento a leis e informações relacionadas aos deveres constitucionais que eram relevantes para a Igreja no contexto denominacional. Para manter a Igreja informada sobre esses assuntos, escrevia regularmente uma coluna do Departamento de Deveres Cívicos e Religiosos na Revista Adventista.28
Ele também foi um defensor da juventude adventista com relação à isenção de aulas às noites de sexta-feira e exames acadêmicos aos sábados.29 Ele liderou a fundação dos Socorristas Padioleiros (Curso de Treinamento de Enfermeiros do Corpo de Enfermagem) em 1953.30 Como escritor ativo, publicou vários artigos na Revista Adventista e três livros: Quinhentos Esboços Para Sermões, Quinhentas Ilustrações Escolhidas e Coletânea de Mil Esboços para Sermões.31
Últimos Anos e Legado
Em 1971, após 20 anos de dedicação à defesa dos interesses e posições da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, Domingos se aposentou e passou a morar no Rio de Janeiro com sua esposa, Alice Peixoto. Em seus últimos dias de vida, experimentou os dolorosos efeitos da velhice, sofrendo de esclerose e precisando de cuidados especiais da esposa.32 Ele faleceu em 11 de setembro de 1980, aos 82 anos, no Rio de Janeiro. A cerimônia fúnebre foi realizada no auditório da Guanabara, sendo sepultado no Cemitério São Batista, bairro de Botafogo.33
Domingos Peixoto da Silva deixou um importante legado de serviço para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, trabalhando ativamente pela causa de Deus por 49 anos. Sua contribuição pioneira pode ser constatada pelo fato de ter feito parte da primeira turma a se formar em Teologia pelo Seminário Adventista. Ele também foi um dos primeiros pastores adventistas a ser ordenados no país e, como tal, teve um papel importante na consolidação da Igreja Adventista em muitas das cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais.34 Prestou ainda relevante contribuição intercedendo em questões de liberdade religiosa em nome da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, e servindo na área de relações públicas por mais de 30 anos.
Referências
“ASA Homenageia Idosos.” Revista Adventista, ano 78, no. 1, janeiro 1983, 26. Acessado em 7 de novembro, 2019, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
Domingos Peixoto da Silva. “Recordar é Viver.” Revista Adventista, ano 67, no. 2, fevereiro 1972, 17. Acessado em 21 de agosto, 2018, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
Enciclopédia ASD. Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC. Estante 2. Prateleira 13. Acessado em 23 de agosto, 2018.
Evaldo Schlemper. “Ressuscitou Dorcas.” Revista Adventista, ano 59, no. 2, fevereiro 1964, 17. Acessado em 7 de novembro, 2019, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
Ferreira, Osmar Pinto. “Domingos Peixoto.” Monografia, IAE, 1985.
Jairo Araújo. “Os Moços Adventistas e o CAEP.” Revista Adventista, ano 48, no. 11, novembro 1953, 8. Acessado em 11 de novembro, 2019, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
“Morre Domingos Peixoto da Silva.” Revista Adventista, ano 75, no. 10, outubro 1980, 29, 31. Acessado em 20 de agosto, 2018, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
R. Belz. “Novo Departamento.” Revista Adventista, ano 46, no. 5, maio 1951, 12. Acessado em 11 de novembro, 2019, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
Santos, André Oliveira. “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo.” Monografia, IAE 1997.
Schmidt. “Convenção no Auditório do Rio.” Revista Adventista, ano 57, no. 4, abril 1962, 20. Acessado em 7 de novembro, 2019, http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb
Seventh-day Adventist Yearbook. Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1934-1935, 1950-1951. Acessado em 8 de novembro, 2019, https://www.adventistyearbook.org/.
Notas de Fim
- da Silva, Domingos Peixoto, “Recordar é Viver,” Revista Adventista, ano 67, no. 2, fevereiro 1972, 17.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 62.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 62; “ASA Homenageia Idosos," Revista Adventista, ano 78, no. 1, janeiro 1983, 26; Schlemper, Evaldo, “Ressuscitou Dorcas,” Revista Adventista, ano 59, no. 2, fevereiro 1964, 17; e Schmidt, “Convenção no Auditório do Rio,” Revista Adventista, ano 57, no. 4, abril 1962, 20.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 4.↩
- Ibid., 5.↩
- da Silva, Domingos Peixoto, “Recordar é Viver,” Revista Adventista, ano 67, no. 2, fevereiro 1972, 17.↩
- Ibid.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 6.↩
- Enciclopédia ASD (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP), 1395-1396; e André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (monografia, IAE, 1997), 7-8.↩
- da Silva, Domingos Peixoto, “Recordar é Viver,” Revista Adventista, ano 67, no. 2, fevereiro 1972, 17.↩
- Ibid., 9-10.↩
- “Morre Domingos Peixoto da Silva (1898-1980),” Revista Adventista, ano 75, no. 10, outubro 1980, 30; e Ritter, Germano, “Maria Luiza Chagas Peixoto da Silva,” Revista Adventista, ano 38, no. 8, agosto 1943, 25.↩
- Ibid., 11-12, 17.↩
- Ibid., 18.↩
- Ibid., 20-21.↩
- Ibid., 21-23.↩
- “Rio-Minas Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1934), 169.↩
- “Brazillian Training School,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1935), 223.↩
- Ibid., 31-32.↩
- Ibid., 34-35.↩
- Ibid., 36, 69, 72; e “Associação dos Adventistas do Sétimo Dia no Brasil,” Revista Adventista, vol. 35, no. 11, novembro 1940, 16.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 44; e “Visitando o Presidente da República,” Revista Adventista.↩
- , 35, 37, 41.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 59.↩
- Ibid., 61.↩
- Ibid., 41.↩
- “Brazil Publishing House,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1950), 323; e “Brazil Publishing House,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1951), 309.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (monografia, IAE, 1997), 70-74; e Belz, R., “Novo Departamento,” Revista Adventista, year 46, no. 5, maio 1951, 12.↩
- Ibid.↩
- Enciclopédia ASD (Acervo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC), 1396; e Araújo, Jairo, “Os Moços Adventistas e o CAEP,” Revista Adventista, ano 48, no. Osmar Pinto Ferreira, “Domingos Peixoto da Silva” (Monografia, IAE, 1985), 12.↩
- Osmar Pinto Ferreira, “Domingos Peixoto da Silva” (Monografia, IAE, 1985), 12.↩
- André Oliveira Santos, “Domingos Peixoto da Silva: Um Pioneiro nas Linhas de Fogo” (Monografia, IAE, 1997), 74.↩
- Osmar Pinto Ferreira, “Domingos Peixoto da Silva” (Monografia, IAE, 1985), 17.↩
- Ibid., 6.↩