Hort, Georg Friedrich Adolf (1871–1944)
By The Brazilian White Center – UNASP
The Brazilian White Center – UNASP is a team of teachers and students at the Brazilian Ellen G. White Research Center – UNASP at the Brazilian Adventist University, Campus Engenheiro, Coelho, SP. The team was supervised by Drs. Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel, and Carlos Flávio Teixeira. Bruno Sales Gomes Ferreira provided technical support. The following names are of team members: Adriane Ferrari Silva, Álan Gracioto Alexandre, Allen Jair Urcia Santa Cruz, Camila Chede Amaral Lucena, Camilla Rodrigues Seixas, Daniel Fernandes Teodoro, Danillo Alfredo Rios Junior, Danilo Fauster de Souza, Débora Arana Mayer, Elvis Eli Martins Filho, Felipe Cardoso do Nascimento, Fernanda Nascimento Oliveira, Gabriel Pilon Galvani, Giovana de Castro Vaz, Guilherme Cardoso Ricardo Martins, Gustavo Costa Vieira Novaes, Ingrid Sthéfane Santos Andrade, Isabela Pimenta Gravina, Ivo Ribeiro de Carvalho, Jhoseyr Davison Voos dos Santos, João Lucas Moraes Pereira, Kalline Meira Rocha Santos, Larissa Menegazzo Nunes, Letícia Miola Figueiredo, Luan Alves Cota Mól, Lucas Almeida dos Santos, Lucas Arteaga Aquino, Lucas Dias de Melo, Matheus Brabo Peres, Mayla Magaieski Graepp, Milena Guimarães Silva, Natália Padilha Corrêa, Rafaela Lima Gouvêa, Rogel Maio Nogueira Tavares Filho, Ryan Matheus do Ouro Medeiros, Samara Souza Santos, Sergio Henrique Micael Santos, Suelen Alves de Almeida, Talita Paim Veloso de Castro, Thais Cristina Benedetti, Thaís Caroline de Almeida Lima, Vanessa Stehling Belgd, Victor Alves Pereira, Vinicios Fernandes Alencar, Vinícius Pereira Nascimento, Vitória Regina Boita da Silva, William Edward Timm, Julio Cesar Ribeiro, Ellen Deó Bortolotte, Maria Júlia dos Santos Galvani, Giovana Souto Pereira, Victor Hugo Vaz Storch, and Dinely Luana Pereira.
First Published: June 19, 2021
Georg Friedrich Adolf Hort, pioneiro Adventista no Brasil, nasceu no dia 31 de agosto de 1871, na cidade de Brusque, estado de Santa Catarina, Brasil. Filho de David Hort (1833-1894) e Anna Elizabeth Von Stallnburg (1834-1918), ambos alemães. Teve oito irmãos, dos quais três há registro do nome: Maria (n. 1859), Germano (n. 1861) e Carlos Hort (n. 1863). De crença luterana, a família Hort mudou-se da Europa para o Brasil em 1869, e fixaram residência em Brusque, Santa Catarina.1
Quando criança, Hort testemunhou a chegada da mensagem adventista no Brasil. A história do início do Adventismo no Brasil ainda é incompleta devido à falta de registros detalhados. De acordo com a história oral coletada por F. H. Westphal, E. H. Meyers e Germano Streithorst, os pacotes contendo literatura adventista chegaram ao país entre 1879 e 1884.2 No entanto, a narrativa mais confiável é a coletada por Streithorst, que assume que o pacote poderia ter chegado em 1880. Streithorst entrevistou Hort pessoalmente, e este afirmou que tinha nove anos de idade (que corresponde precisamente ao ano 1880) e que sua mãe, ao ler a revista Stimme der Wahrheit [Arauto da Verdade, em alemão], “chorou pelos danos causados pela enchente.” A grande enchente de Itajaí aconteceu em setembro de 1880, estabelecendo assim o ponto inicial da chegada do pacote adventista a partir dessa data.3
A história começa por volta de 1879, quando um jovem chamado Borchardt cometeu um crime em Brusque, Santa Catarina, e, pretendendo fugir, encontrou emprego em um navio alemão que fazia conexões entre a Europa e a América do Sul. No caminho, ele conheceu missionários adventistas, a quem deu o nome e o endereço de seu padrasto Carlos Dreefke, que morava em Brusque, para lhe enviar literatura religiosa.4
O navio atracou no porto de Itajaí, em Santa Catarina, carregando cópias da revista adventista alemã Stimme der Wahrheit, endereçadas a Dreefke. Dias depois, o pacote chegou ao armazém Kaufladen, que pertencia à família Hort e onde as correspondências locais eram entregues. Hort esteve presente na abertura do pacote que representou o início da mensagem adventista no país.5
A princípio, Dreefke receou receber a encomenda, temendo ter que arcar com seu custo. Ao ver que eram revistas, distribuiu-as entre interessados e continuou-as recebendo por algum um tempo. Novamente receoso, decidiu parar de receber as entregas, mas a pedido de um professor chamado Chikiwidowsky, passou a ele a responsabilidade pelo material. Relatos contam que este também perdeu o interesse, entregando a responsabilidade a um ébrio de nome Dressler, que passou a vendê-las para conseguir dinheiro.6 Posteriormente, a dispersão da literatura Adventista resultou na conversão de Guilherme Belz, o primeiro no Brasil a desenvolver um interesse mais profundo pelo Adventismo.7
A literatura recebida na mercearia de David Hort não atraiu sua atenção, mas Anna, sua esposa, ficou impressionada ao ler um artigo que falava dos sinais da volta de Jesus. Ela se lembrou da enchente que causou o transbordamento do rio Itajaí-Mirim em 1880, causando danos à cidade de Brusque. Contudo, ela só se tornou Adventista anos depois, junto com seu filho Adolf Hort.8
Em 25 de junho de 1891, Hort casou-se com Emma Kräft (1874-1946), filha dos imigrantes alemães August e Caroline Wiedenhöft Kräft. Conheceram-se ainda jovens, quando Emma passou a trabalhar como auxiliar nos trabalhos domésticos da família. Dessa união nasceram Ludvina, Carolina, Elizabeth,9 August David Karl (1891-1969),10 Herman, Bertoldo (m. 1970),11 Arthur, Erica e Augusta Hort.12
Anos mais tarde, Adolf Hort interessou-se pela mensagem Adventista e passou a estudar a Bíblia com sua esposa. Eles estudavam até tarde da noite, à luz de lâmpadas de querosene. Nessa época, David Hort havia falecido e Anna Hort morava com o casal. Ao praticar os novos conhecimentos adquiridos, começaram a sofrer perseguições da família e mudaram-se de Brusque para Blumenau, no mesmo estado. Em agosto de 1896, Adolf foi batizado juntamente com sua mãe e esposa pelo Pastor Huldreich F. Graf, tornando-se um dos primeiros Adventistas batizados no país.13
Além de seu testemunho, Adolf serviu à Igreja Adventista como administrador. Em 1907, passou a fazer parte do comitê administrativo da Associação Santa Catarina-Paraná, organizada em 1906 e que tinha como presidente W. Ehlers. Em 1911, aceitou o convite para ser tesoureiro da Associação Santa Catarina, função que exerceu até 1913.14
Hort trabalhou como carpinteiro e ajudou a construir, na década de 1930, a primeira Igreja Adventista da cidade. Mais tarde, devido à idade avançada, voltou para Jaraguá do Sul com a esposa, onde morou com seu filho Bertoldo. Passou seus últimos anos ajudando a cuidar da mercearia do filho e pregando a mensagem Adventista aos vizinhos.15 Faleceu no dia 9 de fevereiro de 1944, aos 72 anos de idade, em Jaraguá do Sul, e foi sepultado no Cemitério Evangélico.16
Georg Friedrich Adolf Hort é um personagem de importância histórica para a Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil. Filho do dono da mercearia que recebeu as primeiras revistas denominacionais, presenciou a abertura do pacote que representou a chegada da mensagem Adventista no Brasil, numa época em que não havia ainda missionários Adventistas no país. Apesar de sua família não ter se interessado pela religião, anos depois foi batizado e tornou-se uma importante testemunha no estado de Santa Catarina.
Referências
Augusto Anniess. “A Segunda Conferência da União Brasileira.” Revista Adventista, março, 1912.
Boehm, J. H. “Elizabeth Hort.” Revista Adventista, dezembro, 1918.
Borges, Michelson, A Cheda do Adventismo ao Brasil. 1ª edição, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000.
Certidão de Óbito de David Hort. In: Arquivo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, Estante: 2. Prateleira 13. Pasta “Hort, David.” Acessado em 19 de dezembro de 2019.
Greenleaf, Floyd, Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul. 1ª edição, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
Germano Streithorst. “O Início de Nossa Obra.” Revista Adventista, março, 1958.
Hort, Georg Friedrich Adolfo. In: Arquivo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, Estante: 2. Prateleira 13. Pasta: “Hort, Adolfo.” Acessado em 19 de dezembro de 2019.
Mesquita, Ricardo Moreira de. “No século 19, enchentes já faziam parte do cotidiano.” Folha de São Paulo (Online), novembro, 28, 2008.
Moura, Marcelo M. M. “A Origem do Adventismo no Vale do Itajaí, 1880-1895.” Dissertação de Mestrado, Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2015.
Nigri, M. S. “Nas Pegadas dos Pioneiros.” Revista Adventista, dezembro, 1956.
O. B. “AdolfHort.” ARH, abril, 1944.
Orlando G. de Pinho. “Assim se passou a história.” Revista Adventista, março, 1954.
“Relatório da Conferência Realizada em Brusque Nos Dias 1-5 de Abril de 1925.” Revista Adventista, junho, 1925.
“Relatório da Conferência de S; Catharina do 1º trimestre de 1912”, Revista Adventista, maio, 1912.
Seventh-day Adventist Yearbook. Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1908, 1912 e 1914.
Werner A. Weber. “Hort.” Revista Adventista, março, 1970.
Werner A. Werner. “Hort.” Revista Adventista, dezembro, 1970.
Notas de fim
- O. B., “AdolfHort,” Revista Adventista, abril, 1944, 25; Hort, Georg Friedrich Adolfo (Arquivo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP), 1; Certidão de Óbito de David Hort (Arquivo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP); Certidão de Óbito de Elisabetha Hort (Arquivo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP); J. H. Boehm, “Elizabeth Hort,” Revista Adventista, dezembro, 1918, 16; “David Hort,” Site do Centro Nacional da Memória Adventista, janeiro, 12, 2016, acessado em 19 de dezembro de 2019, http://www.memoriaadventista.com.br/wikiasd/index.php?title=David_Hort.↩
- Floyd Greenleaf, Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul(Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), 25; E. H. Meyers, “Uma Recapitulação dos Começos na América do Sul,” Revista Mensal, outubro, 1928, 4-5; Henry Francisco Westphal, Pionero em Sudamérica (Libertador San Martín, ER: Universidad Adventista del Plata, 1997), 26; Germano Streithorst, “O início de nossa Obra,” Revista Adventista, março, 1958, 29-30.↩↩
- Germano Streithorst, "O início de nossa Obra," Revista Adventista, março, 1958, 29-30; Marcelo M. M. Moura, “A Origem do Adventismo no Vale do Itajaí, 1880-1895” (Diss. Mestrado, Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2015), 90; Ricardo Moreira de Mesquita, “No século 19, enchentes já faziam parte do cotidiano,” Folha de São Paulo, novembro, 28, 2008, acessado em 13 de abril de 2020, https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2811200805.htm.↩
- Streithorst, 29-30; Meyers, 4-5.↩
- Meyers, 4-5; Greenleaf, 25;Streithorst, 29-30; de Pinho, Orlando G, “Assim se passou a história,” Revista Adventista, março, 1954, 9; M. S. Nigri, “Nas Pegadas dos Pioneiros,” Revista Adventista, dezembro, 1956, 11.↩
- Meyers, 4-5.↩
- L. H. Olson, “Progressos da Obra na América do Sul,” Revista Adventista,setembro, 1956, 3-4; G. Streithorst, “Santa Catharina,” Revista Adventista, dezembro, 1924, 10; Greenleaf, 25; Michelson Borges, A chegada do Adventismo ao Brasil (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000), 59-61.↩
- Borges, 56; Streithorst, “O Início de Nossa Obra,” 29; “Enchentes de Brusque,” Site da Memória de Brusque, 2018, acessado em 19 de dezembro de 2019, https://www.brusquememoria.com.br/site/colecao/colecao/Enchentes-de-Brusque::3. ↩
- GeorgFriedrich Adolfo Hort, (Arquivo do Centro Nacional da Memória Adventista/Centro de Pesquisas Ellen G. White: UNASP-EC, Engenheiro Coelho, SP), 2.↩
- Werner A. Weber, “Hort,” Revista Adventista, março, 1970, 34.↩
- Weber A. Werner, Revista Adventista, dezembro, 1970, 34.↩
- Hort, 1.↩
- Orlando G de Pinho, “Assim se passou a história,” Revista Adventista, março, 1954, 9; Nigri, 11; O. B, “AdolfHort,” Revista Adventista, abril, 1944, 25; Hort, 2.↩
- “Santa Catharina and Paraná Conference,” Seventh-day Adventist Yearbook(Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1908), 124; “Santa Catharina and Paraná Conference,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1912), 140; “Santa Catharina and Paraná Conference,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1914), 147.↩
- Hort, 3.↩
- O. B., “Adolf Hort,” Revista Adventista, abril, 1944, 25.↩