Brown, John Lewis (1888–1972)
By The Brazilian White Center – UNASP
The Brazilian White Center – UNASP is a team of teachers and students at the Brazilian Ellen G. White Research Center – UNASP at the Brazilian Adventist University, Campus Engenheiro, Coelho, SP. The team was supervised by Drs. Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel, and Carlos Flávio Teixeira. Bruno Sales Gomes Ferreira provided technical support. The following names are of team members: Adriane Ferrari Silva, Álan Gracioto Alexandre, Allen Jair Urcia Santa Cruz, Camila Chede Amaral Lucena, Camilla Rodrigues Seixas, Daniel Fernandes Teodoro, Danillo Alfredo Rios Junior, Danilo Fauster de Souza, Débora Arana Mayer, Elvis Eli Martins Filho, Felipe Cardoso do Nascimento, Fernanda Nascimento Oliveira, Gabriel Pilon Galvani, Giovana de Castro Vaz, Guilherme Cardoso Ricardo Martins, Gustavo Costa Vieira Novaes, Ingrid Sthéfane Santos Andrade, Isabela Pimenta Gravina, Ivo Ribeiro de Carvalho, Jhoseyr Davison Voos dos Santos, João Lucas Moraes Pereira, Kalline Meira Rocha Santos, Larissa Menegazzo Nunes, Letícia Miola Figueiredo, Luan Alves Cota Mól, Lucas Almeida dos Santos, Lucas Arteaga Aquino, Lucas Dias de Melo, Matheus Brabo Peres, Mayla Magaieski Graepp, Milena Guimarães Silva, Natália Padilha Corrêa, Rafaela Lima Gouvêa, Rogel Maio Nogueira Tavares Filho, Ryan Matheus do Ouro Medeiros, Samara Souza Santos, Sergio Henrique Micael Santos, Suelen Alves de Almeida, Talita Paim Veloso de Castro, Thais Cristina Benedetti, Thaís Caroline de Almeida Lima, Vanessa Stehling Belgd, Victor Alves Pereira, Vinicios Fernandes Alencar, Vinícius Pereira Nascimento, Vitória Regina Boita da Silva, William Edward Timm, Julio Cesar Ribeiro, Ellen Deó Bortolotte, Maria Júlia dos Santos Galvani, Giovana Souto Pereira, Victor Hugo Vaz Storch, and Dinely Luana Pereira.
First Published: January 29, 2020
John Lewis Brown foi um pastor adventista, missionário em três continentes, pioneiro em El Salvador e na região amazônica do Brasil, propagador de publicações adventistas e administrador.1
Primeiros Anos
Brown nasceu em 7 de setembro de 1888, em Pasadena, California, Estados Unidos. Ele era o terceiro de dez filhos e,2 quando criança, trabalhava no campo junto ao seu pai. Aos dez anos de idade, aceitou a Cristo e tornou-se membro da Igreja Menonita. A família conheceu a mensagem sobre o sábado em 1904. Em 1905, acompanhou seu pai em uma reunião campal adventista em Los Angeles, California, onde teve a oportunidade de ouvir Ellen G. White pregando. Ao final da conferência, John foi batizado pelo Pastor J. W. Adams junto com seu irmão Henry, na Igreja Adventista da rua Carr, Los Angeles. Aos 17 anos, decidiu estudar na Escola Adventista de San Fernando, California, a fim de receber educação cristã. Para custear os estudos, ingressou na colportagem e, com isso, também auxiliou seus irmãos Kate, Sue e Henry a estudarem.
Trabalho Missionário no México, Espanha e América Central (1908-1918)
Em 1908, aceitou o convite para realizar trabalho evangelístico por meio da colportagem no México, junto a outros três jovens.3 Para esse fim, aprendeu espanhol e foi bem sucedido em seu trabalho. Em 1910 conheceu sua futura esposa, Esther Alma Janlowiski, filha adotiva do casal missionário norte-americano Lulu e Abel Landers Gregory.4 Os Gregorys foram missionários no Brasil quando Esther nasceu, após foram servir na Argentina. O Dr. A. L. Gregory era o encarregado da clínica adventista em Guadalajara, México, quando Esther conheceu John Brown. Esther sabia falar quatro línguas e havia estudado no Seminário para Missionários Estrangeiros e no Sanatório e Hospital de Washington, nos Estados Unidos.5
A Comissão de Missões Estrangeiras da Conferência Geral convidou Brown a se mudar para a Espanha com objetivo de dirigir a obra de colportagem no país. Aceita a proposta, de 1911 a 1912 ele organizou o evangelismo por meio de literatura nesse território.6 Dentre os locais em que trabalhou estão Barcelona, Tarrasa, Zaragoza, Vigo, Palma de Mallorca, Sevilla, entre outros. John e Esther se casaram em 8 de agosto de 1912, em Berna, Suíça. Eles tiveram um filho, nascido na Espanha: Walton John Brown (1913–2001).
Ao lado da família, Brown realizou trabalho pioneiro em El Salvador, na América Central, onde não havia missionários ou membros batizados. Ali distribuiu literatura adventista e deu estudos bíblicos, enquanto Esther trabalhava como enfermeira. Brown batizou 14 pessoas e organizou a primeira igreja adventista do país em 21 de outubro de 1916, em San Salvador (capital de El Salvador), com total de 19 membros. Além disso, abriu uma escola paroquial. Pouco depois, organizou outra pequena igreja em Santa Ana, a segunda maior cidade do país, como resultado das reuniões evangelísticas que realizara. O ministério da família Brown não foi isento de desafios. Eles passaram por muitas dificuldades, inclusive doenças, tais como a malária. John L. Brown foi ordenado ao ministério em 1916. Após quatro anos em El Salvador, problemas de saúde o impossibilitaram de continuar no país por mais tempo. Seu irmão, Henry F. Brown, deixou Honduras para assumir seu lugar. Em 1918, residiu por um tempo na Califórnia até curar-se da malária. Nessa época, teve a oportunidade de assistir a uma sessão da Conferência Geral pela primeira vez.
Experiência na América do Sul: Chile, Brasil e Argentina (1918-1943)
No mesmo ano foi enviado ao Chile, na costa do Oceano Pacífico, América do Sul, onde foi pastor na cidade de Valparaíso (1919–1921) e fez amizade com a família do missionário Enrique Balada. Esther também usou seus talentos a serviço da Igreja: tocava órgão, cuidava dos doentes, ajudava em partos, regia corais e era professora na Escola Sabatina. Ao mesmo tempo, sofriam com a falta de recursos e fraqueza física, e Esther acabou adoecendo de tuberculose. Brown auxiliou na mudança da Escola Missionária de Pua para um local mais apropriado, próximo a Chillán. Após cinco anos no Chile, eles decidiram continuar seu ministério no Brasil, em busca de um clima mais saudável. Em 1923 a família estabeleceu-se em Juiz de Fora, estado de Minas Gerais, onde John serviu como superintendente da Missão Mineira Leste. No novo país, Brown teve que aprender português. Os anos que passaram em Minas Gerais foram preciosos.
Um novo destino os aguardava na floresta tropical Amazônica no Norte do Brasil (chamada por alguns de “grande inferno verde”). Brown foi enviado como pioneiro à região baixo-amazônica, juntamente com dois excelentes colportores: o viúvo escocês André Gedrath (1875-1963) e o alemão Hans Mayr (1905-2004), ao lado da esposa Johanna L. Bräuer.7 Brown foi o antecessor de Leo Halliwell (1891-1967) e sua esposa, Jessie Rowley (1894-1962) no Amazonas, Brasil. John L. Brown foi o fundador e primeiro presidente da Missão Baixo Amazonas.8 O time de missionários viajou do Rio de Janeiro para Belém, Pará, por 11 dias, entre 18 e 29 de maio de 1927. Walton, filho de John e Esther, estava com 14 anos de idade. Em agosto de 1927, o garoto viajou para os Estados Unidos a fim de continuar os estudos na Universidade de La Sierra, California. De lá foi para o Pacific Union College, onde se formou em 1934.9,10
Brown inicialmente trabalhou em Manaus, estado do Amazonas, onde distribuiu publicações e fez contatos missionários. Ele visitou Maués e a vila indígena de Cinco Quilos.11 Na Fazenda Centenário, Maués, a família de José Batista Michiles aceitou o Adventismo, e o primeiro grupo adventista do Amazonas foi formado. Em outubro de 1927, Brown dirigiu reuniões evangelísticas em São Luís, Maranhão, onde batizou 12 crentes e organizou uma pequena igreja de 15 membros. Esta foi a primeira igreja do campo.12 Brown sofreu insolação e foi acometido de malária novamente, e por esse motivo teve de deixar a Missão Baixo Amazonas em junho de 1928. Ficou em licença nos Estados Unidos por cinco meses, as primeiras férias dele em dez anos.
John L. Brown continuou servindo a Igreja como diretor de publicações da Divisão Sul-Americana, com base em Buenos Aires, Argentina. Ele também foi diretor dos departamentos da Escola Sabatina e Trabalho Missionário. Brown retornou ao Brasil, dessa vez como presidente da União Sul-Americana; em seguida foi presidente da União Este Brasileira. Ele promoveu a criação do Hospital Adventista Silvestre no Rio de Janeiro e o trabalho missionário em lanchas no Rio São Francisco.13 Ao todo, trabalhou por 11 anos no Brasil e 25 anos na América do Sul.
Serviço nos Últimos Anos (1943-1972)
Os Browns tiveram de voltar aos Estados Unidos, em resposta ao convite para trabalhar na Divisão Inter-Americana, com base em Miami. Em seguida, foi presidente da União América-Central em Costa Rica, sediada em San José. Em 1949 os missionários retornaram ao seu país natal, onde moraram por um tempo em Glendale, California, e depois em La Selva Beach, cidade litorânea ao Oceano Pacífico. John Brown aposentou-se aos 72 anos de idade, após 51 anos de serviço. Eles construíram uma casa próxima ao Sanatório de Santa Helena, e durante esses anos ele era frequentemente convidado para pregar nas igrejas.
Ao longo dos anos, Esther teve de enfrentar várias complicações de saúde: pneumonia, câncer, tuberculose, malária, picada de escorpião, cirurgia e um problema no coração. Semelhantemente, John sofreu de diversas doenças. John faleceu em 8 de agosto de 1972, aos 84 anos, em Santa Helena, California, Estados Unidos.14
John Lewis Brown deixou um legado de fervor e disposição ao trabalho missionário pioneiro em locais que demandavam sacrifício e dedicação. Ele foi missionário além-mar por 41 anos. Uma de suas características mais positivas era a atitude otimista, combinada com um bom senso de humor. Os Browns também apreciavam boas músicas e desenvolveram seus talentos nessa área. Juntos, John e Esther foram corajosos e determinados em sua dedicação ao evangelismo.
Referências
Brown, John L. “A Coisa Vae”. Revista Mensal, agosto, 1927, 10, 11.
Brown, John L. “Missão Baixo Amazonas”. Revista Mensal, agosto, 1927, 11.
Brown, Walton J. Enciclopédia da Memória Adventista no Brasil. Acessado em 25 de julho, 2018. http://www.unasp-ec.com/memoriadventista/enciclopedia/8/039b_brown_john.htm.
———. “Letters.” ARH 154, no. 38 (September 22, 1977).
Greenleaf, Floyd. Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
“Informativo nacional”. Revista Adventista 67, no. 12 (dezembro 1972).
Johnson, J. B. “Abrindo Novos Territórios no Norte”. Revista Mensal, setembro, 1927.
Lessa, Rubens. Construtores de Esperança: na trilha dos Pioneiros Adventistas da Amazônia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016.
Montgomery, Oliver. “First world From the Lower Amazon.” ARH 104, no. 37 (15 de setembro, 1927).
“Relatório de Colportagem”. Revista Mensal, julho, 1928.
Stump, L. M. “New Church at Maues, Brazil.” ARH 125, no. 39 (23 de setembro, 1948).
Westphal, Barbara Luvern Osborne. John the Intrepid Missionary on Three Continents. Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1968.
Wilcox, E. H. “A colportagem na União Este Brasileira”. Revista Mensal, novembro, 1928.
Notas de Fim
- Barbara Luvern Osborne Westphal, John the Intrepid Missionary on Three Continents (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1968). Veja também a informação do Dr. Walton J. Brown, na Enciclopédia da Memória Adventista no Brasil: http://www.unasp-ec.com/memoriadventista/enciclopedia/8/039b_brown_john.htm. Acessado em 25 de julho, 2018.↩
- Dentre seus irmãos estão: Katie, Abe, Susie, Henry, Gearhart e Harold.↩
- Os jovens colportores foram recebidos por G. W. Caviness, responsável pela obra adventista no México. Eles foram auxiliados por Nelson Z. Town. Costumavam vender o livro The Coming King, escrito por James Edson White, e assinaturas das revistas Signs of the Times e Our Little Friend, em espanhol.↩
- A. L. Gregory foi um médico e dentista norte-americano que foi para o Brasil em 1902, junto com a esposa, a fim de servir como um missionário de sustento próprio.↩
- A família de Esther havia se mudado para Gaspar Alto, estado de Santa Catarina, Brasil, onde uma escola adventista tinha sido aberta. Esther tinha oito anos de idade quando seus pais morreram.↩
- O missionário norte-americano Walter Bond trabalhou na Espanha entre 1903 e 1914. Outro missionário que serviu nesse país foi o peruano Eduardo Francisco Forga. Os Browns eram amigos próximos de ambas as famílias. Ao deixar a Espanha, Brown foi substituído por H.A.B. Robinson.↩
- Oliver Montgomery, “First World From the Lower Amazon,” ARH 104, no. 37 (15 de setembro, 1927): 11, 12. Walton J. Brown, “Letters,” ARH 154, no. 38 (22 de setembro, 1977): 3.↩
- L. M. Stump, “New Church at Maues, Brazil,” ARH 125 no. 39 (23 de setembro, 1948): 15.↩
- Walton John Brown (Ph.D.) lecionou em San Angelo, Texas, Estados Unidos. Casou-se com Doreen Throgmorton em 1936, com quem teve dois filhos: John e Betty. Juntos foram para o Brasil. Na Missão Rio-Minas Gerais, foi secretário de Educação e dos Missionários Voluntários. Posteriormente foi diretor do Instituto Petropolitano Adventista de Ensino, no estado do Rio de Janeiro (1942–1943). Em seguida foi diretor do colégio adventista em River Plate (hoje universidade), na Argentina (1946–1951). Após isso foi diretor do Sandia View Academy, próximo a Albuquerque, Novo México (1953–1955). Dirigiu o Antillian Union College em Santa Clara, Cuba (1955–1960). Foi secretário de Educação na Divisão Inter-Americana e, posteriormente, no Departamento de Educação da Conferência Geral (1974–1980).↩
- Floyd Greenleaf, Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), 291, 292, 352; John L. Brown, “A Coisa Vae”, Revista Mensal, agosto, 1927, 10, 11; John L. Brown, “Missão Baixo Amazonas”, Revista Mensal, ano 22, agosto, 1927, 11; J. B. Johnson, “Abrindo Novos Territorios no Norte”, Revista Mensal, setembro, 1927, 6; “Relatório de Colportagem”, Revista Mensal, julho, 1928, 14; “Relatório de Colportagem”, Revista Mensal, junho, 1928, 14.↩
- Rubens Lessa, Construtores de Esperança: na trilha dos Pioneiros Adventistas da Amazônia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016), 32–35; Greenleaf, 353, 354.↩
- Lessa, 80. E. H. Wilcox, “A colportagem na União Este Brasileira”, Revista Mensal, novembro, 1928, 12.↩
- Missionary Paul Seidl e sua esposa trabalharam nesse projeto por 14 anos. O barco Luminar I começou a operar em 1946 no Rio São Francisco, Minas Gerais, Brasil.↩
- Ver: “Informativo Nacional”, Revista Adventista 67, no. 12 (dezembro de 1972): 29.↩