Halliwell, Leo Blair (1891–1967) e Jessie Rowley (1894–1962)
By Daniel Oscar Plenc
Daniel Oscar Plenc, Th.D. (River Plate Adventist University, Entre Ríos, Argentina), currently works as a theology professor and director of the White Research Center at the River Plate Adventist University. He worked as a district pastor for twelve years. He is married to Lissie Ziegler and has three children.
First Published: June 17, 2021
Leo Blair Halliwell, natural de Odessa, Nebraska, Estados Unidos, foi um missionário de destaque no Brasil, promotor do projeto das lanchas médico- missionárias na Amazônia e presidente da Missão Bahia-Sergipe, Missão Baixo Amazonas e União Norte Brasileira. 1 Halliwell era engenheiro, piloto de barcos, enfermeiro, administrador e missionário. Jessie Rowley Halliwell, enfermeira missionária, serviu ao lado do esposo no norte do Brasil.
Antecedentes familiares e primeiros anos (1891–1921)
Samuel Blair Halliwell, pai de Leo, era um adolescente em 1872, quando sua família chegou ao estado de Nebraska, da Pensilvânia. James Halliwell, o pai de Samuel, era um inglês que emigrara para os Estados Unidos a fim de trabalhar em uma empresa ferroviária. Mais tarde, ele se estabeleceu no campo como fazendeiro. Samuel se casou com Mary Rall em 1884. Leo nasceu em 15 de outubro de 1891 e cresceu em ambiente rural, cercado por trabalho agrícola. Ele ordenhava vacas e dirigia o arado e a colheitadeira puxada por cavalos. Leo tinha um irmão mais velho, Jack; uma irmã mais velha, Della; uma irmã mais nova, Lilly; e um irmão mais novo, Bob. A casa de Samuel e Mary Halliwell ficava em Odessa, Nebraska, a 14,5 quilômetros da cidade de Kearney. As crianças frequentavam uma escola em frente de casa, onde Leo estudou até a décima série.
Em 1908–1909, Leo cursou os últimos anos do segundo grau em Kearney. Ele gostava especialmente das matérias de matemática e química. Leo se formou em 1909, com um diploma em latim e ciências. A família não tinha recursos para pagar a faculdade, então, antes de completar 18 anos, ele se tornou professor em uma escola situada em Grace, Idaho. Seu desejo era ser engenheiro elétrico - construir barragens e instalar turbinas.
Jessie Rowley nasceu em 22 de fevereiro de 1894, em Waterloo, Nebraska, Estados Unidos. Em 1911, sua família mudou-se para Odessa, onde morava a família Halliwell. Nessa época, Leo aprendeu a tocar violino e costumava animar as danças das festas. Jessie trabalhava em um supermercado em Kearney. No final do verão, Leo (20 anos) e Jessie (18 anos) ficaram noivos. Os dois queriam estudar, depois se casar e trabalhar.
Conforme planejado, Leo B. Hall estudou engenharia elétrica na Universidade de Nebraska – Lincoln. Ele trabalhou por três anos em uma pousada para se sustentar enquanto frequentava a universidade. No verão, trabalhou em Kearney, onde Jessie morava. Ali, eles conheceram a mensagem adventista em uma série de conferências evangelísticas conduzidas por O. O. Bernstein, em uma grande tenda. Jessie compareceu todas as noites e foi batizada. Já Leo comparecia aos domingos e voltou para Lincoln para continuar os estudos. Seguindo sua vocação, Jessie estudou enfermagem no Sanatório de Nebraska.
Halliwell começou a trabalhar no departamento elétrico da Hart Parr Tractor Company em Iowa. Ele queria se casar, mas Jessie não estava disposta a se unir com alguém que não fosse adventista. Por isso, Leo procurou uma igreja em Iowa e foi batizado. Jessie se formou em enfermagem em 1º de outubro de 1916, e eles se casaram em Mason City, Iowa, em 3 de outubro de 1916, após seis anos de noivado. O casal se estabeleceu em Charles City, Iowa, onde Leo trabalhou em fábricas do governo.
Ao frequentar uma reunião campal, L. B. Halliwell percebeu que ansiava por mais do que apenas trabalhar em uma fábrica. Pouco depois, os Halliwells auxiliaram um evangelista enviado a Charles City para palestrar ali durante quatro meses. Leo começou a se interessar mais pela igreja do que por seu trabalho. Em 24 de outubro de 1918, nasceu seu primeiro filho, Claris, a quem chamaram de Jack.2 Na época, Leo inspirou-se na leitura de diversos livros, tais como On the Trail of Livingstone, de William Harrison Anderson; e Na Terra dos Incas, de Fernando Stahl.3 Esses livros o impressionaram profundamente e mudaram suas ambições e objetivos. Assim, surgiu o desejo de trabalhar no campo missionário.
Em 1920, Halliwell pediu demissão da fábrica e ofereceu seus serviços à igreja. Seu primeiro trabalho foi integrar uma equipe evangelística em Cedar Falls, Iowa. Na segunda semana da série de reuniões, o evangelista adoeceu, e Leo Halliwell ficou responsável pelo trabalho. Em seguida, ele assumiu um distrito pastoral em Forth Madison. Um ano depois, o casal recebeu o convite para serem missionários no Brasil. Amigos e colegas tentaram desencorajá-los e, além disso, eles não tinham parentes adventistas que os apoiassem. Ainda assim, eles aceitaram alegremente o chamado.
Serviço Missionário na Bahia e Sergipe (1921–1928)
Em 15 de outubro de 1921, Leo e Jessie embarcaram para o Brasil. Chegaram ao Rio de Janeiro em 30 de outubro de 1921 e foram recebidos por um grupo de obreiros. Dias depois eles navegaram para Salvador, Bahia, na companhia de Gustavo S. Storch (1896–1993). Halliwell foi nomeado presidente da Missão Bahia, na União Este Brasileira, e Storch foi eleito secretário. 4 Os Halliwells serviram nesse campo por sete anos (1921–1928). 5
Eles alugaram uma casa antiga de dois andares e um porão no centro de Salvador para abrigar a sede da missão, além de servir de moradia para os Storch e os Halliwells. No início havia poucos adventistas, sendo que a feitiçaria e o espiritualismo existiam em grande quantidade. Mas, em pouco tempo, três grupos foram formados em Salvador. Halliwell teve que estudar português com uma professora e se acostumar com a cultura local. Jessie trabalhava como enfermeira obstetra e fez amizade com muitas famílias. Em 20 de agosto de 1922, nasceu sua filha Marian. 6 Ainda nesse mês, Halliwell fez sua primeira viagem pelo estado na companhia de Gustavo Storch. Durante dois meses e meio, a dupla viajou de trem, barco e burro. Eles visitaram pessoas interessadas na mensagem, conduziram reuniões, distribuíram exemplares da revista O Atalaia e organizaram grupos em Porto Velho e Sítio do Mato. Leo B. Halliwell foi ordenado ao ministério em 7 de março de 1925, em uma conferência para pastores e obreiros brasileiros realizada no Colégio Adventista Brasileiro (hoje Unasp), Capão Redondo, São Paulo. 7
A Missão do Baixo Amazonas e o Projeto das Lanchas Luzeiro (1929–1936)
Em 1927, a Divisão Sul-Americana organizou a Missão Baixo Amazonas (estados do Pará, Amazonas, Ceará, Maranhão e Piauí e territórios federais do Acre, Amapá e Rondônia). Assim começou o trabalho médico-missionário na Amazônia. Leo Halliwell era presidente da Missão Bahia-Sergipe quando foi chamado para a Missão Baixo Amazonas, em substituição a John Lewis Brown (1888–1972), pioneiro no campo, que se aposentou por questões de saúde. 8 A eleição ocorreu em dezembro de 1928, e a transferência foi feita em janeiro de 1929. Jack tinha 10 anos de idade e Marian, seis. Eles receberam o colportor alemão Hans Mayr (1905–2004) com sua esposa, Johanna L. Bräuer (1903– 1983) e o colportor escocês André Gedrath (1875–1963). 9 Alugaram um imóvel em Belém, no Pará, cujo andar de baixo serviria de igreja e, o andar de cima, para moradia.
A Missão Baixo Amazonas, no Brasil, cobria uma área de 4.273.689 quilômetros quadrados, onde 2 milhões de pessoas viviam ao longo de 64.300 quilômetros de rios navegáveis que compõem a bacia do rio Amazonas. Após conhecer o território de barco e canoa, o missionário percebeu as grandes necessidades da população, sua pobreza, superstições e doenças. As viagens de barco a vapor eram difíceis, desconfortáveis e inseguras. Nem chegavam a todos os lugares, obrigando-os a viajar muito em canoas a remo. Assim, Halliwell sentiu a necessidade de ter seu próprio barco. 10 Também realizava reuniões evangelísticas nas cidades, tais como Belém (1929) e Manaus (1932).
Em 1930, os Halliwells passaram as férias nos Estados Unidos, época em que Leo aproveitou para fazer um curso sobre doenças tropicais. Eles também usaram esse tempo para visitar familiares, falar em igrejas e reuniões campais e arrecadar fundos para o projeto. Os Missionários Voluntários contribuíram com 5.400 dólares. Ao voltar para o Brasil, Leo levou consigo livros sobre construção naval e navegação. Ele pensou em certas características para o barco: pequeno e funcional, de altura baixa (para amenizar os efeitos das tempestades), um casco forte e calado pequeno (para navegar em cursos de águas rasas). O barco teria nove metros de comprimento por três metros, e meia viga (largura), calado de 75 centímetros, fundo em forma de VV para obter maior estabilidade e evitar que tombasse sempre que a maré baixasse. O próprio Halliwell fez o projeto. Foram utilizadas madeiras amazônicas: itaúba, piquiá, “pau d'arco” para o casco e cedro para o interior. O trabalho foi realizado manualmente durante um período de três meses. A embarcação de oito toneladas seria movida por um motor a diesel Buda de 20 cilindros e 20 cavalos de potência. 11Ele viajaria a 9 nós (17 quilômetros) por hora. O barco teria que transportar remédios e alimentos durante seis meses de viagem. A sala de estar (onde ficava o leme) foi transformada em sala de jantar e quarto. Tinha um armário e uma geladeira. Havia bancos fixos nas paredes laterais para cinco pessoas cada, com gavetas embaixo. Os bancos poderiam servir de camas para os visitantes. A mesa era removível e três camas ficavam penduradas no teto. Tinha janelas em toda a extensão, com cortinas duplas de madeira e tecido. Em seguida, vinha a sala do motor, o vestiário, o banheiro e o chuveiro. A cozinha tinha um armário e um fogão a querosene. O combustível era transportado no teto: 500 galões (1.892 litros) de óleo combustível em dez tambores. A luz elétrica era disponibilizada por meio de um gerador a gasolina. O barco era uma casa em miniatura, além de clínica, escritório, sala pastoral e de aconselhamento.
A simples cerimônia de inauguração do Luzeiro I aconteceu no dia 4 de julho de 1931, quando a lancha foi batizada por Jessie Halliwell com uma garrafa de guaraná. A viagem inaugural do Luzeiro I em 1931 levou-os a Maués, a cerca de 1.500 quilômetros de Belém, interior do estado do Amazonas, onde conduziram reuniões evangelísticas. 12
A visita anual do casal Halliwell à comunidade ribeirinha adventista e de interessados era recebida com alegria e entusiasmo. Em seu itinerário, o Luzeiro I passava pelos grupos de fiéis aos sábados, e os missionários ficavam com eles dois ou três dias. As principais doenças a serem tratadas eram malária, feridas e úlceras, infecções intestinais, tifo, tracoma, varíola, câncer, parasitas, ancilostomíase, problemas dentários, doenças de pele e outras doenças tropicais. A malária era a principal causa de morte, e era tratada com quinino. O Luzeiro levava consigo um livro de visitas. Geralmente os pacientes recebiam tratamento durante o dia e as reuniões eram realizadas à noite. Os assuntos tratados eram nutrição, higiene, aconselhamento familiar e ensinamentos bíblicos. Leon costumava solicitar autorização às autoridades civis e policiais para o exercício dessas atividades públicas. Halliwell escreveu: “Como resultado do trabalho médico, sempre encontramos portas abertas em todo o norte do Brasil.” 13
A cada ano, o Luzeiro viajava cerca de seis meses e cobria os 1.600 quilômetros que separavam Belém (Pará) de Manaus (Amazonas), percorrendo uma distância total de 16.000 a 19.300 quilômetros. A melhor época do ano para viajar era de fevereiro a agosto, quando o rio estava cheio e eles podiam chegar perto de cada casa com o navio, e os ventos alísios do Atlântico não eram tão fortes. O barco era repintado de branco antes de cada viagem. Os ribeirinhos agitavam lenços ou panos brancos para pedir que o barco parasse, e então se formavam longas filas de pacientes. O trabalho nos rios e na selva amazônica envolvia perigos que precisavam ser enfrentados com coragem.
Halliwell também fez um trabalho pioneiro entre os indígenas do norte brasileiro. Em 1931, ele fez contato com os Maués, da Villa Cinco Quilos. Em 1932, visitou os índios Mundurucus do Rio Andirá, em Ponta Alegre, onde foi construída uma escola na qual o professor Honorino Tavares e sua esposa, Maria, serviram por seis anos.
União Norte Brasileira (1936–1954)
Em 1936 a Missão Baixo Amazonas se tornou a União Norte Brasileira, que foi dividida em três missões: (1) Missão Central Amazonas (estado do Amazonas e territórios de Roraima, Rondônia e Acre), (2) Missão Baixo Amazonas (estado de Pará, território do Amapá) e (3) Missão Costa Norte (estados do Ceará, Maranhão e Piauí). A União Norte Brasileira foi organizada em 8 de dezembro de 1936, tendo Leo B. Halliwell como primeiro presidente. Aparentemente, havia apenas 253 membros. 14
Os missionários trabalhavam muito e às vezes ficavam doentes. Depois de 17 anos na Amazônia, os Halliwells pegaram malária. Em 1936, eles tiraram férias (licença) para visitar parentes nos Estados Unidos, e essa foi a última vez que Leo viu seus pais. Além disso, eles frequentaram aulas especiais na Faculdade de Medicina de Loma Linda, Califórnia. O Luzeiro foi remodelado e restaurado em 1937.
O Luzeiro I foi seguido pelo Luzeiro II, construído em 1941. 15 O primeiro foi comandado pelo missionário americano Frederik C. Pritchard, no estado do Amazonas, e o segundo foi comandado por Halliwell. Os Pritchards eram enfermeiros missionárias norte-americanos, que se estabeleceram em Manaus, estado do Amazonas. Um líder da American Rubber Company em Belém, no Pará, doou três motores de barcos para Halliwell. O Luzeiro III foi inaugurado em Belém, em 19 de fevereiro de 1948, comandado por Frederik C. Pritchard. Esse barco navegava ao longo do Rio Paranaíba, na Missão Costa Norte. 16 O Luzeiro IV foi construído em 1953. Estes foram seguidos por muitos outros. A União Norte Brasileira e a ADRA Brasil deram continuidade ao projeto com a inauguração do Luzeiro XXIX, no estado do Pará, em 25 de junho de 2016, um sábado. O Luzeiro I permaneceu ativo por 67 anos (1931-1998), e agora está restaurado e exposto no museu da Faculdade Adventista da Amazônia.
A União Norte Brasileira realizou importantes campanhas de evangelização na época de Halliwell. Gustavo S. Storch, evangelista desde 1940, realizou palestras em todas as capitais: Belém (Pará), São Luís (Maranhão), Teresina (Piauí), Fortaleza (Ceará), Manaus (Amazonas), entre outras. O primeiro templo de Belém, com capacidade para 300 pessoas, foi inaugurado em 31 de janeiro de 1936. Quando Leo deixou a presidência, havia sete igrejas organizadas em Belém.
Muitas vezes, Halliwell realizava reuniões ao ar livre, como em Santarém (Pará), Cumatê (Salgado) e Curuçá (Pará). As projeções de luz eram desconhecidas e, por isso, atraíam as pessoas. O barco tinha um gerador e cabos de força para o projetor, tela e órgão portátil. Slides eram projetados sobre a vida de Jesus e hinos eram cantados. Gradualmente, muitos pontos de pregação e tratamento foram estabelecidos nas margens dos rios.
Certo dia, Jessie identificou que precisavam trabalhar com o braço direito da mensagem, por meio de uma instituição médica. Por isso os Halliwells iniciaram a Clínica Adventista de Belém em 1942, em local alugado. Posteriormente, foi comprado um terreno no bairro do Marco, em Belém. Com uma oferta da Escola Sabatina de 51.000 dólares, foi projetado um prédio de dois andares com 45 leitos e três casas para médicos e enfermeiras. O Hospital Adventista de Belém foi inaugurado em 1953, sob a direção do Dr. Elmer Bottsford, seguido pelo Dr. Gunther Ehlers.
Últimos Anos e Legado (1955-1967)
Em 1955, Halliwell deixou a presidência da União Norte Brasileira. A Divisão Sul-Americana o nomeou supervisor das atividades das lanchas missionárias em todo o território, tarefa que exigia que viajasse bastante. Permaneceu em Belém até 1956, quando se mudou para o Rio de Janeiro. 17
A realidade da igreja na região amazônica mudou significativamente durante o ministério de Leo Halliwell. De dez membros, aumentou para 2.590 membros, 20 igrejas organizadas, 70 obreiros, entre pastores, professores e colportores, 52 Escolas Sabatinas, 15 escolas denominacionais, 19 professores e quatro barcos médico-missionários. Estima-se que os Halliwells tenham tratado cerca de 250.000 pacientes. Seu ministério humanitário motivou a consciência social sobre a importância da saúde pública entre a população ribeirinha da Amazônia.
Jessie Rowley Halliwell foi mais do que a esposa de um missionário; ela mesma era uma missionária. Tinha uma personalidade dinâmica e versátil; uma variedade de dons e habilidades. Enfermeira por vocação, oferecia tratamentos de hidroterapia e cursos de culinária saudável, além de oferecer sua atenção, carinho, incentivo e fé. Como enfermeira obstetra, ela deu à luz centenas de bebês. Além disso, colportou e levantou fundos para ajudar e incentivar jovens a buscar uma educação. Fazia visitas missionárias e dava estudos bíblicos, promovia evangelismo infantil e ajudava a Sociedade das Dorcas. Houve pais que, em sua homenagem, deram o nome de Jessie às suas filhas. Mesmo em seus últimos anos, ela continuava a enviar doações dos Estados Unidos.
Ao retornar do Brasil para os Estados Unidos na primavera de 1958, os Halliwells trabalharam por um ano na Associação de Oregon enquanto construíam sua casa em Vista, Califórnia. A casa possuía terreno amplo, com jardim, árvores frutíferas e pomar. Amigos que moravam nos Estados Unidos prestaram homenagem a eles, e eram frequentemente convidados a falar nas igrejas. 18
Um ano depois, Jessie teve câncer. Ela aceitou a doença sem queixas. Jessie faleceu aos 68 anos, em 27 de setembro de 1962, em Vista, Califórnia. 19 Ela deixou o marido, Leo Halliwell; o filho, Jack; a filha, Marion; oito netos; três irmãs (Mable Ogborn, Frances Coleman e Esther Hultman); e dois irmãos (Earl Rowley e Lee Rowley). 20 No seu túmulo encontra-se uma lápide com o desenho de um pequeno barco missionário e, abaixo, as seguintes palavras: “Ela cumpriu sua missão de amor”. Leo ficou na casa de Marian e visitou a Amazônia com alguns amigos. Mais tarde, ele se casou com Eleanor Bailey. Ele faleceu aos 74 anos de um ataque cardíaco, em 19 de abril de 1967, em Vista, Califórnia. 21 Foi sepultado no cemitério de Tulare, Califórnia, ao lado de Jessie. Enquanto estava no hospital, ele sempre se lembrava do Brasil. Seu túmulo contém as palavras: “Ele viveu para servir”. 22 Deixou dois filhos, oito netos, quatro irmãs e um irmão. 23
Os Halliwells receberam muitos prêmios e medalhas. Certa ocasião, o cônsul americano em Belém lhes prestou uma homenagem, para a qual foram convidados todos os americanos radicados em Belém e em outros lugares. Sua história ficou conhecida por leitores de várias partes do mundo por meio do artigo “Medicine Man on the Amazon [O Homem da Medicina na Amazônia]”, que a revista Reader's Digest publicou em 1956 e republicou em 1959. 24 O governo brasileiro, por meio da embaixada brasileira, deu a Leo e Jessie a medalha Cruzeiro do Sul, condecoração conferida pelo presidente da república com aprovação do Congresso, para estrangeiros que apresentassem grandes benefícios ao Brasil. 25 Jessie foi a primeira mulher a recebê-lo, por seu “relevante trabalho médico e religioso”. Em 5 de novembro de 1967, o avião anfíbio Lake LA 4, de 180 cavalos, da União Norte Brasileira recebeu o nome de Leo Halliwell (homenagem póstuma). 26 Em sessão solene realizada em 14 de setembro de 2015, a Assembleia Legislativa do estado do Pará entregou o título honorário de “Cidadão do Pará” ao pioneiro e missionário americano Leo Halliwell. 27 O serviço de Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Adventista de Belém foi reaberto em 17 de novembro de 2014, em homenagem a Jessie Rowley Halliwell. Uma placa lembra sua trajetória como enfermeira e pioneira na região Norte do Brasil, a qual diz que cuidou dos enfermos com muita atenção e carinho, levando coragem e fé em Deus.
Leo Blair Halliwell é reconhecido como "apóstolo do norte" ou o "Schweitzer americano".
Referências
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Notas de Fim
- Para uma biografia de L. B. Halliwell, ver Olga C. Storch Streithorst, Leo Halliwell na Amazônia (Santo André, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1979). Esse livro traz uma “Autobiografía de Leo B. Halliwell” (p. 10–28); e o capítulo XV, “A meiga e altruista Jessie” (p. 131–139), é dedicado a Jessie Halliwell. Ver também Daniel Oscar Plenc, 25 Historias de misioneros[25 Histórias de Missionários] (Buenos Aires: Associação Casa Publicadora Sul-Americana, 2013), 57-64; Rubens S. Lessa, Construtores de Esperança: na Trilha dos Pioneiros Adventistas da Amazônia (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2016), 202, 203; Daniel Oscart Plenc, “Nadie hizo tanto [Ninguém fez tanto],” Revista adventista, fevereiro de 2015, 32, 33. Halliwell compartilhou suas experiências missionárias nos seguintes livros: Leo B. Halliwell, Light Bearer to the Amazon [Portador de Luz na Amazônia] (Nashville: Southern Publishing Association, 1945); Leo B. Halliwell, Light in the Jungle (Abridged): The Story of Leo and Jessie Halliwell’s Mission Along the Amazon [Luz na Floresta (Condensado): a história missionária de Leo e Jessie Halliwell na Amazônia] (Mountain View, California: Pacific Press Publishing Association, 1959); Katie Tonn Oliver, Lightbearer to the Amazon, Hall of Faith Series [Portador de Luz na Amazônia, Série Heróis da Fé] (Boise, Idaho: Pacific Press Publishing Association, 1987); Floyd Greenleaf, Tierra de esperanza: El crecimiento de la Iglesia Adventista Sudamericana [Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul], trad. Claudia Blath (Buenos Aires: Associação Casa Publicadora Sul-Americana, 2011), 878; Leo B. Halliwell, “Siete mil kilómetros por el Amazonas” [Sete Mil Quilômetros pela Amazônia], Revista Adventista, 20 de janeiro, 1936, 8; Daniel Iuorno, “Un viaje con Leo Halliwell” [Uma viagem com Leo Halliwell], Revista Adventista, setembro de 1981, 15, 16; Enrique Becerra, “El espíritu de los Halliwell” [O espírito dos Halliwells], Revista Adventista, fevereiro de 1991, 7, 8; Benjamin Baker, “Halliwell’s Half Million [O Meio Milhão de Halliwell],” Adventist Mission, in https://am.adventistmission.org/m360-halliwells, acessado em 3 de agosto, 2018. Para mais fontes bibliográficas, ver Gary W. Shearer, Leo and Jessie Halliwell, Medical Missionaries on the Amazon: A Bibliographical Guide to Sources in the Heritage Room, Pacific Union College Library [Leo e Jessie Halliwell, Médicos Missionários na Amazônia: um guia bibliográfico de fontes na Sala do Patrimônio Histórico, biblioteca do Pacific Union College], 1ª ed. (Angwin, California: Pacific Union College Library, 1999).
- Claris (Jack) Halliwell (1918–2006) estudou no Colégio Advetista Brasileiro, Brasil, e no Pacific Union College, California. Graduou-se nos Estados Unidos com um diploma em comunicação. Casou-se com Audrey Lord (1925–2011), com quem teve três filhas e um filho. Ele serviu na marinha americana por cinco anos e meio, e foi funcionário do governo federal. Foi diplomata no Equador e no Brasil. Entre 1971 e 1974, foi cônsul dos Estados Unidos em São Paulo, Brasil. Aposentou-se em 1974 e faleceu em 5 de setembro, 2006, aos 86 anos.
- Fernando Anthony Stahl, In the Land of the Incas [Na Terra dos Incas] (Mountain View, California: Pacific Press Publishing Association, 1920).
- A União Este Brasileira, estabelecida em Niteroi, se estendia do Rio de Janeiro ao extremo norte do Brasil.
- Ver Arthur S. Valle, “Halliwells Arrived in Brazil 50 years ago [Os Halliwells Chegaram ao Brasil 50 Anos Atrás],” Adventist Review, 27 de dezembro, 1979, 19, 20.
- Marian Halliwell (1922–2015) graduou-se como enfermeira no Washington Missionary College, próximo a Washington, D.C. Ela se casou com o Dr. Raymond Ermshar (1916–2015), cirurgião, com quem teve dois filhos. O casal trabalhou por vários anos no Hospital Adventista Silvestre. Após a aposentadoria, voltaram para o Brasil e fundaram a Clínica Adventista de Manaus, no Amazonas. Marian Halliwell Ermshar estabeleceu-se em Grand Terrace, California, Estados Unidos. Sua filha tinha uma réplica do Luzeiro II, manufaturada pelo próprio Leo Halliwell. Ela faleceu em 26 de janeiro, 2015, em Redlands, California.
- Leo Halliwell, C. C. Schneider, Henrique Stoehr e Gustavo S. Storch foram ordenados por Meade McGuire, da Associação Geral; P. E. Brodersen, presidente da Divisão Sul-Americana; e F. W. Spies, presidente da União Este Brasileira.
- Sobre a experiência de Halliwell na Amazônia, ver a seguinte bibliografia adicional: Héctor J. Peverini, En las huellas de la providencia [No caminho da providência] (Buenos Aires: Associação Casa Publicadora Sul-Americana, 1988), 371–379. Ver também Richard W. Schwarz e Floyd Greenleaf, Portadores de luz: Historia de la Iglesia Adventista del Séptimo Día [Portadores de Luz: história da Igreja Adventista do Sétimo Dia], trad. Rolando A. Itin e Tulio N. Peverini (Buenos Aires: Associação Casa Publicadora Sul-Americana, 2002), 485–487; Greenleaf, 174, 192, 305, 306, 340, 369–378, 404, 449, 459–462, 485, 622, 626, 632, 671, 703, 704, 755, 803; Booton Herndon, El séptimo día [O sétimo dia], trad. Esther Peverini de Alberro (Buenos Aires: Peuser, 1962), 27–29 (publicado em inglês como The Seventh Day [New York: McGraw-Hill Book Company, Inc., 1960]).
- Noelene Johnsson, Ken Wade e Olga S. Streithorst, “Circles of Concern [Áreas de Alerta],” A Quarterly Report of World Mission [Relato Trimestral das Missões Mundiais]: Adult Edition [Edição dos adultos], julho-setembro de 1986, 29, 30.
- Sobre o projeto das lanchas Luzeiro, ver Francisco Abdoval da Silva Cavalcanti, Luzeiros, Esperança a Bordo, 3ª ed. (Niterói, Rio de Janeiro: Editora Ados, 2012); Ana Paula Ramos, Desafio nas Águas: um resgate da história das lanchas médico-missionárias da Amazônia (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2009); Ronald L. Wearner, “Luzeiro I”, Adventist Heritage, verão de 1988, 38–48.
- O motor a diesel de 20 cavalos serviu por nove anos, e foi substituído por um motor fabricado nos Estados Unidos.
- L. M. Stump, “New Church at Maues, Brazil [Nova Igreja em Maués, Brasil],” ARH, 23 de setembro, 1948, 15.
- L. B. Halliwell, Light Bearer to the Amazon [Portador de Luz na Amazônia], 72.
- Lessa, 21.
- O Luzeiro II foi construído com fundos da oferta da Escola Sabatina. O barco media 11 metros por 3,5 metros e tinha um motor a diesel, refrigeração elétrica, bateria de 32 volts e um gerador.
- Leo B. Halliwell, “An Evening With the South American Division [Uma tarde com a Divisão Sul-Americana],” ARH, 19 de julho, 1950, 168.
- W. E. Murray, “Boatme’s Convention in Brazil [Convenção dos Marinheiros no Brasil],” ARH, 27 de novembro, 1952, 17.
- Ver J. M. Almeida, “O Apostolado dos Halliwells,” Revista Adventista, setembro de 1958, 31. “In Brief: Atlantic Union [Em breve; União do Atlântico],” ARH, 30 de outubro, 1958, 18.
- Ver “Fim da jornada,” Revista Adventista, abril de 1963, 34; F. R. Millard, “Death of Four Veteran Workers [Falecimento de Quatro Obreiros Veteranos],” ARH, 8 de outubro, 1962, 24.
- “In Remembrance [Em memória],” ARH, 6 de dezembro, 1962, 24.
- Luiz Waldvogel, “Faleceu o Pastor Leo B. Halliwell,” Revista Adventista, outubro de 1967, 35.
- O site Find a Grave mostra os túmulos de Leo e Jessie Halliwell no cemitério de Tulare, California, e fornece algumas datas diferentes. Diz que Jessie Halliwell nasceu em 22 de fevereiro de 1894, em Nebraska, e faleceu em 27 de setembro, 1962, em Tulare County, California. Também diz que Leo Halliwell nasceu em 15 de outubro, 1891, em Ohio, Estados Unidos, e faleceu em 18 de abril, 1967, em San Diego County, California. Acessado em 9 de março, 2018, https://www.findagrave.com/memorial/44888684/leo-b.-halliwell.
- “In Remembrance [Em memória],” ARH, 6 de julho, 1967, 24.
- Clarence W. Hall, “Medicine Man on the Amazon [Homem da Medicina na Amazônia],” Reader’s Digest, outubro de 1956, 103–108.
- Luiz Waldvogel, “A Ordem Cruzeiro do Sul ao Casal Halliwell,” Revista Adventista, setembro de 1958, 4.
- Daniel Walter levou o avião a Manaus, Amazonas, e foi piloto por dez anos.“Pioneiro adventista é homenageado,” Mais Destaque Norte, outubro-dezembro de 2015, 10.